2,5 milhões de horas foram gastas em pesca de arrasto em áreas protegidas da Europa
A pesca de arrasto de fundo é uma prática na qual um barco puxa uma rede a grande velocidade, retendo todo o tipo de espécies que se encontrem no fundo do mar. Esta atividade tem grandes consequências para os ecossistemas marinhos e para a biodiversidade, além de que contribui para a emissão de milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano.
Segundo a Oceana, alguns países da União Europeia continuam a permitir este método de pesca em áreas marinhas protegidas (AMP). Como a organização divulgou no relatório “Unmanaged = Unprotected: Europe’s marine paper parks”, mais de 2,5 milhões de horas foram gastas em 2020 em pesca de arrasto de fundo, dentro de áreas classificadas como protegidas.
Os dez locais mais explorados por esta prática situam-se na Alemanha ( cinco áreas marinhas protegidas), nos Países Baixos (duas áreas marinhas protegidas), na Dinamarca (uma área marinha protegida) e em França (uma área marinha protegida). Em primeiro lugar está o Parque Nacional Niedersächsisches Wattenmeer, com um total de 732 mil horas registadas de pesca de arrasto, seguindo-se a Wattenmeer und angrenzende Küstengebiete com 576 mil horas e a Sylter Außenriff, com 318 mil horas – todos na Alemanha. Nos Países Baixos destacam-se as AMPs Noordzeekustzone e Waddenzee, com um total de 228 mil horas. Outros locais da lista são a Mers Celtiques – Talus du golfe de Gascogne, em França, com 117 mil horas da prática, e a “Skagens Gren og Skagerak”, ma Dinamarca, com 49 mil horas.
“Enquanto os líderes dos países comunicam com orgulho os seus esforços de proteção do oceano em eventos internacionais, muitas vezes eles deixam de mencionar a pesca prejudicial que está a acontecer nas suas áreas marinhas ‘protegidas'”, alerta Vera Coelho da Oceana Europe. “Nós encorajamos os líderes a proteger verdadeiramente o nosso meio marinho, banindo atividades prejudiciais, e em particular a pesca destrutiva, de todas as áreas marinhas protegidas”.