Estamos a enviar comida de má qualidade para acções humanitárias, denuncia Médicos sem Fronteiras



“Alimentos que nunca daríamos às nossas próprias crianças estão a ser enviados internacionalmente para as mais vulneráveis e malnutridas crianças na África subsariana e algumas partes da Ásia. Isto tem que parar”.

A denúncia é do médico Unni Karunakara, presidente da Médicos Sem Fronteiras Internacional, que pediu uma reanálise e alteração desta situação.

Segundo Karunakara, os Estados Unidos, por exemplo, estão a doar directamente misturas de farinha de milho e de trigo com soja que não reúne os standards internacionais acordados nos anos 60.

Como resultado, as crianças que passaram recentemente por crises humanitárias, como as do Haiti, Paquistão ou Níger, não estão a receber alimentos que lhe permitam, por exemplo, ganhar peso. O que tem levado, inclusive, que muitas delas tivessem que ser hospitalizadas.

A maior parte da comida fornecida pelas agências internacionais é doada através de géneros ou a sua compra financiada por dinheiro enviado pelos países.

De acordo com o presidente da Médicos Sem Fronteiras Internacional, a inércia dos fornecedores de alimentos e a recente pressão nos preços tem levado a uma deterioração da qualidade alimentar nas últimas décadas.

Ainda segundo a Médicos Sem Fronteiras, a recente crise financeira de 2008 agravou esta situação, à medida que os doadores tentaram controlar os custos com alimentos e misturas de comida de má qualidade.





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