Aumento do nível do mar: zonas costeiras estão a sofrer quatro vezes mais



O aquecimento global está a provocar várias mudanças em todo o mundo, entre elas, o aumento do nível do mar. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), desde 1990 este nível já aumentou entre 10 a 20 centímetros. Não é por acaso que cada vez mais se verifica o avanço do mar em zonas costeiras e a consequente destruição de habitações e infraestruturas.

Um novo estudo publicado na Nature indica que o aumento médio global é de 2,5 milímetro (mm) por ano, no entanto, os habitantes das localidazes junto à costa estão a sofrer um aumento quatro vezes mais rápido – entre 7,8 a 9,9 mm anualmente.

“Estes resultados indicam que os impactos e as necessidades de adaptação são muito maiores do que sugerem as medições de aumento do nível do mar globais relatadas”, explicam os investigadores no artigo.

Devido à atividade humana as zonas costeiras muito populosas sofrem com a subsidência, ou seja, o afundamento do solo. A captação de águas subterrâneas e a extração de materiais dos solos são algumas das razões. Isso leva a que estas áreas sejam mais propícias a inundações e a sofrer maiores impactos com o aumento do nível do mar.

No mundo, apenas 0,7% está a sofrer com um aumento de 10 mm do nível do mar por ano, no entanto, essa percentagem inclui grandes cidades como Jakarta, na Indonésia, onde vivem mais de 147 milhões de pessoas.

No caso de Portugal, as zonas costeiras estima-se que estas zonas sofram uma média de 2 e 5 mm de aumento do nível do mar anualmente.

Os autores apelam a que se tomem medidas para combater este problema, nomeadamente, que a subsidência seja “melhor reconhecido em avaliações regionais e globais dos impactos relativos do aumento do nível do mar”. “Se reduzirmos a subsidência da cidade costeira para 5 mm ano, a exposição da população poderia ser reduzida em cerca de 20-35 milhões de pessoas ou 6-10% até 2050”, afirmam.





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