Equipa do MARE e do BioISI investiga potencial de fungos marinhos como produtores de compostos



Uma equipa de investigadores do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente do Politécnico de Leiria e do BioISI – Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, investigou o potencial dos fungos marinhos isolados de diversos substratos marinhos da zona de Peniche como produtores de compostos com interesse dermocosmético.

O estudo, publicado hoje na revista científica PLOS ONE, enquadra-se numa linha recente de investigação focada na avaliação dos produtos naturais marinhos produzidos por fungos, dado o reconhecimento destes microorganismos como uma fonte prolífica e promissora de compostos bioativos com diversas aplicações biotecnológicas.

Como refere Maria Jorge Campos, investigadora do MARE-IPLeiria e docente da Escola Superior de Turismo e Tecnologia (ESTM) do Politécnico de Leiria, a equipa “integrou esta linha de investigação com o propósito de colmatar a inexistência de estudos desenvolvidos neste domínio em Portugal e contribuir para o conhecimento da diversidade e possíveis propriedades bioativas dos compostos produzidos pelos fungos marinhos isolados de diversos substratos marinhos da zona de Peniche”.

A investigação incidiu nos fungos que colonizam internamente uma espécie de alga frequente da costa portuguesa, a Halopteris scoparia. Como tal, foram recolhidas algas desta espécie em dois períodos de tempo e duas praias distintas da zona de Peniche, e foi posteriormente realizado o isolamento e identificação molecular dos fungos das amostras recolhidas.

“Os fungos foram estimulados a produzir os compostos pretendidos, que foram seguidamente extraídos e submetidos a ensaios laboratoriais de avaliação de diversas bioatividades com interesse dermatológico (antioxidante, anti-enzimática, anti-inflamatória, fotoprotetora e antimicrobiana)”, explica o Politécnico de Leiria em comunicado. Como explica Maria Jorge Campos, estes compostos “poderão potencialmente ser integrados em formulações de diversos produtos cosmecêuticos, como de antienvelhecimento ou anti-acne”.

“Os resultados deste estudo foram bastante promissores, na medida em que revelaram que a maioria dos oito fungos isolados era produtora de compostos com relevantes atividades biológicas. Estes resultados representam a primeira etapa de bioprospecção e deverão, portanto, ser complementados com ensaios posteriores pela indústria dermocosmética”, conclui a investigadora.





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