Homem esteve na América do Norte pelo menos 7 mil anos antes do que se pensava
A história do Homem na Terra e a sua evolução é uma questão que vai sendo desvendada com o passar dos séculos. A sua passagem no Continente Americano, por exemplo, continua a ser um mistério, à medida que se vão fazendo novas descobertas.
Uma equipa de investigadores descobriu várias pegadas no Parque Nacional White Sands no Estado do Novo México, nos Estados Unidos, que datam de há 21-23 mil anos atrás. Esta descoberta indica que o ser humano esteve pelo menos 7 mil anos antes do que se pensava na América do Norte, quando decorreu o período da última glaciação. Nos sedimentos, foram ainda encontradas várias sementes da planta Ruppia cirrhosa.
De acordo com o estudo, publicado na revista científica Science, os vestígios foram descobertos no Lago Otero, um lago que começou a secar há cerca de 12 mil anos.
“Este momento coincidiu com um evento de aquecimento abrupto no hemisfério norte, o evento Dansgaard-Oeschger, que reduziu os níveis do lago e permitiu que humanos e a megafauna caminhassem em superfícies recém-expostas, criando rastos que foram preservados no registo geológico”, explicam os autores.
Ao analisar os tamanhos das pegadas, que variam entre 168.87 e 258.83 milímetros, os especialistas acreditam que estas pertencem maioritariamente a crianças e a adolescentes.
Gary Haynes, professor da Universidade de Nevada em Reno, explica à BBC “As trilhas estão tão ao sul da conexão terrestre de Bering [ligação marítima que separa a Sibéria do Alasca, por onde a comunidade científica pensa que os humanos migraram da Ásia para a América do Norte) que agora temos que nos perguntar (1) se o povo ou os seus ancestrais (ou outras pessoas) fizeram a travessia da Ásia para as Américas muito antes, (2) se as pessoas se mudaram rapidamente através dos continentes após cada travessia, e (3) se eles deixaram algum descendente.”