Incêndios no Pantanal provocaram a morte de quase 17 milhões de vertebrados



Os incêndios florestais que decorreram em 2020 no Pantanal, no Brasil, provocaram a morte de perto de 17 mil vertebrados – uma média de 217 por cada quilometro quadrado.

O Pantanal é um bioma que ocupa 250 mil quilómetros quadrados e que serve de habitat para uma grande diversidade de espécies de plantas e animais. De acordo com o estudo publicado na revista científica Nature, o fogo arrasou 39 mil quilómetros quadrados da região, destruindo os ecossistemas e matando de imediato uma quantidade massiva de animais.

Entre os animais mortos, destacaram-se os que pertenciam aos subgrupos das pequenas cobras, dos pequenos roedores, dos pássaros de pequeno e médio-grande porte, dos grandes lagartos, dos artiodáctilos e dos primatas.

Os autores apontam ainda que o número de espécies afetadas ou mortas por este acontecimento tende a ser superior, por existirem efeitos mais tardios. É o caso de queimaduras corporais, que se podem revelar fatais mais tarde, de mudanças que ocorram na vegetação, que provocam a perda de habitat, de mudanças na disponibilidade dos recursos, que levam os animais à fome, e o aumento da predação, que aumenta o seu risco de vida. É ainda tido em conta o facto de existirem determinadas espécies que levam mais tempo a recuperar.

A atividade humana e as alterações climáticas são as principais razões apontadas para o aumento da frequência de incêndios florestais, que tem sido observada nas últimas décadas. Segundo a investigação, registou-se nos últimos vinte anos um aumento de 376% na área média anual ardida no Pantanal. Além disso, em 2020, foi observado um aumento de 2ºC da temperatura média face a 1980, e um deficit de 40% das chuvas, o que potenciou esta catástrofe.





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