“As alterações climáticas são talvez o risco mais complexo que enfrentamos como sociedade”, diz COO da Zurich



Em entrevista à Green Savers, Carlos Fonseca, Chief Operating Officer (COO) da Zurich Portugal, revela as transformações que o Grupo tem vindo a desenvolver no intuito de se transformar numa empresa livre de emissões de carbono até 2050. A reabilitação do Edifício Sede em Lisboa – o projeto LiZboa -, a promoção de soluções digitais, a gestão dos resíduos alimentares e a redução das emissões associadas a viagens aéreas, são alguns pontos assentes nesta mudança em Portugal.

De que maneira a Zurich tem vindo a reformular a maneira como opera, a fim de contribuir para um Planeta mais sustentável?

As alterações climáticas são talvez o risco mais complexo que enfrentamos como sociedade atualmente. Estando a proteção e gestão de risco no cerne da nossa atividade, na Zurich queremos fazer parte da solução, contribuindo para o combate às alterações climáticas e, assim, para um futuro mais próspero e resiliente.

Sabemos que a transição necessária – energética, climática, económica e, entre outras, social – não é tarefa fácil, e só será possível através de um esforço concertado entre organizações, governos e sociedade. Neste sentido, implementámos recentemente um conjunto de medidas, que vieram reforçar o nosso compromisso nesta área, com o intuito de reduzir as emissões de carbono das nossas operações, e alcançar a ambição de nos tornarmos uma empresa livre de emissões de carbono até 2050.

Algumas das principais ações adotadas passam pela redução em 70% das emissões associadas a viagens aéreas a partir de 2022, a documentação que partilhamos com os clientes deverá tornar-se totalmente digital até 2025 (que atualmente representa 80% do consumo de papel do Grupo Zurich) e a substituição das viaturas da frota do Grupo Zurich para veículos elétricos ou híbridos. Até ao final de 2022 vamos também implementar um programa de construção e renovação sustentável em mais de 50 escritórios a nível global (incluindo o projeto LiZboa em Portugal) e reforçar a aposta em refeições saudáveis – com alimentos de origem sazonal e regional, e implementar programas de gestão de resíduos para evitar o desperdício alimentar nas instalações do Grupo Zurich que têm cantinas e restaurantes.

Que impactos pode destacar, para já, que resultam dessa mudança?

Com a adoção destas novas cinco medidas, esperamos reduzir as emissões de dióxido de carbono em mais de 40.000 toneladas métricas anuais até 2025, ou em 20% comparativamente a 2019. Considerando que uma tonelada de CO2 é eliminada anualmente da atmosfera sempre que crescem 50 árvores, isto significa que a redução das emissões proposta pelo Grupo Zurich irá equivaler ao total absorvido por dois milhões de árvores.

O nosso principal objetivo é reduzir as emissões de carbono da Zurich em todo o mundo e inspirar os nossos colaboradores, clientes e parceiros de negócio a fazerem o mesmo, adotando para isso estilos de vida mais sustentáveis. Todos juntos podemos contribuir para cumprir a meta prevista no Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1.5ºC.

Em Portugal, o Grupo Zurich também está a investir neste compromisso? De que maneira?

Em Portugal, a Zurich tem vindo a seguir os passos do Grupo Zurich no caminho para a neutralidade carbónica. Até ao final de 2022, o Grupo Zurich assumiu o compromisso de utilizar 100% de energias renováveis nas suas operações e, em Portugal, 98% da energia que consumimos já provém de fontes renováveis. Em 2019 eliminámos os plásticos de uso único, substituindo os copos de plástico de água e café dos nossos escritórios por copos de papel certificado, o que se traduziu na redução de mais de 110 quilos de plástico por ano.

Sendo a inovação tecnológica uma grande aliada na jornada para um futuro mais sustentável, temos vindo a apostar continuamente na desmaterialização de processos, através do desenvolvimento de soluções digitais, como é o caso do MyZurich. O MyZurich é uma plataforma que permite aos nossos parceiros de negócio gerir facilmente a sua carteira de clientes, e assegurar uma resposta rápida e eficiente às suas necessidades. Lançámos também uma app para os nossos clientes, a Zurich4You, através da qual é possível consultar toda a informação relacionada com as apólices da Zurich, permitindo a redução do tempo de resposta e a otimização das nossas operações. O recurso a esta aplicação evita o uso de papel, reduzindo assim a pegada de carbono da Zurich, dos parceiros de negócio e dos clientes. A funcionalidade da assinatura digital na subscrição das apólices é também uma forma de sermos todos mais ágeis e sustentáveis.

Por fim, destaco a reabilitação do nosso edifício-sede – que denominamos projeto LiZboa – concebido tendo por base as melhores práticas de sustentabilidade e tecnologia, com o objetivo de melhorar a experiência e bem-estar dos colaboradores e, simultaneamente, reafirmar o nosso compromisso para com o planeta. A adoção do modelo de trabalho híbrido terá igualmente um impacto positivo na nossa pegada carbónica, dada a redução das deslocações casa-trabalho e trabalho-casa dos nossos colaboradores.

A Zurich está ainda a trabalhar para apoiar os clientes na transição para uma economia neutra em carbono. Pode explicar melhor o que está a ser feito nesse sentido?

Além do nosso contributo para o desenvolvimento sustentável enquanto organização, também assumimos como prioridade apoiar os nossos clientes a repensarem os seus investimentos, isto é, queremos contribuir para o desenvolvimento de uma mentalidade de subscrição de seguros assente nos princípios de sustentabilidade. Foi por isso que em 2018 lançámos, em Portugal, uma solução pioneira de seguro para veículos elétricos e, no ano passado, lançámos, em parceria com o Banco CTT, um seguro Vida unit-linked de investimento sustentável. Este seguro permite que os clientes invistam em fundos de empresas com critérios de sustentabilidade e acompanhem o impacto positivo que estão a gerar.





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