A que altura podem voar os insetos?
Três fatores principais limitam a altitude que os insetos com asas podem atingir: densidade do ar, temperatura e disponibilidade de oxigénio. Os três estão relacionados com o facto de que a atração gravitacional da Terra se torna mais fraca quanto mais alto nos elevamos acima do nível do mar, permitindo que as moléculas do ar se espalhem para fora. Quanto menos moléculas um dado volume de ar contém, mais fino – ou menos denso – ele se torna.
Segundo o “Science Focus”, voar torna-se cada vez mais desafiante à medida que a densidade do ar diminui, porque há menos moléculas para as asas de um inseto contra as quais empurrar. Os insetos precisam de oxigénio para sobreviverem tal como nós, mas por 6 km acima, os níveis de oxigénio descem abaixo dos 50% dos valores do nível do mar, tornando mais difícil manter as asas a bater.
Finalmente, menos moléculas significam menos calor gerado pelas moléculas que colidem umas com as outras. A temperatura varia de forma complexa com a altitude, e algumas camadas da atmosfera são mais quentes do que outras, mas entre a Terra e cerca de 10 km acima, a temperatura cai constantemente para menos de -50°C.
Apesar destes obstáculos, alguns insetos desenvolveram estratégias que lhes permitem voar a grandes altitudes. Em 2014, os cientistas descobriram que as abelhas alpinas que vivem 3,25 km acima do nível do mar utilizam diferentes mecanismos de voo a altitudes mais elevadas, movendo as suas asas num arco mais largo para se manterem no ar rarefeito.
No laboratório, as abelhas podiam até voar em câmaras que simulavam a densidade do ar e os níveis de oxigénio a 9 km – mais alto do que o Monte Evereste! Na realidade, as temperaturas a tais altitudes desligariam os músculos voadores das abelhas.