Portugal: Biorefinaria do Interior Centro a um passo de ser realidade
O Secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, acaba de declarar o interesse público nacional e o apoio ao desenvolvimento do BioREFINA-Ter, o projecto de biocombustíveis de 2ªe 3ª geração que se encontra a ser desenvolvido pela BLC3, a Plataforma para o Desenvolvimento da Região Interior Centro.
A biorefinaria, recorde-se, tem como objectivo principal a conversão de resíduos lenho-celulósicos da floresta em biocombustíveis substitutos do gasóleo e da gasolina – e que não competem nem com a agricultura nem com a floresta.
O compromisso financeiro do Estado português, agora efectuado por aquele membro do Governo junto da União Europeia no montante de 1 milhão de euros, e o papel desenvolvido pela Secretaria de Estado da Energia no processo constitui um “passo decisivo ao nível da pré-candidatura”, segundo explica a BLC3 em comunicado.
A candidatura vale €118 milhões (R$293 milhões) e foi apresentada em Bruxelas no ano passado. Antes, ela já havia sido seleccionada de entre um conjunto de 53 projectos apresentados por vários países europeus, sendo que só 17 dessas candidaturas receberam pré-aprovação.
O BioREFINA-Ter, que em 2010 foi financiado pelo Estado Português com €500 mil (R$1,2 milhões), através do IFAP, pretende – numa primeira fase – avançar com a construção de uma biorrefinaria de demonstração, com capacidade para produzir 25 milhões de litros por ano de biocombustíveis, e abrangerá os concelhos de Oliveira do Hospital, Tábua, Arganil e Góis.
O Laboratório Nacional de Energia e Geologia é o principal parceiro deste projecto, que integra uma rede de conhecimento composta por 32 entidades de I &D de cinco países europeus.
A evolução do projecto – concebido para transformar a vegetação que habitualmente está destinada a ser consumida pelas chamas – permitirá fazer frente a dois dos maiores problemas com que o país se debate: os incêndios florestais e a dependência do petróleo.