Programa Atlantis quer continuar em Sesimbra e alargar educação ecológica subaquática



O programa de educação ecológica subaquática Atlantis, baseado em Sesimbra, pretende continuar no concelho caso vença o prémio Novo Bauhaus Europeu, para o qual está nomeado, mas também pretende expandir-se para outras regiões, disse à Lusa uma coordenadora.

“O Programa Atlantis é um programa de educação ecológica subaquática para jovens, nas escolas, reúne um conjunto de experiências no mar, e tem a presença de uma equipa multidisciplinar de educadores, marinheiros, ‘storytellers’, biólogos marinhos, surfistas”, explicou à Lusa Violeta Lapa, coordenadora do projeto da empresa Oceans and Flow.

O projeto está nomeado para o prémio do tema “Reconectar com a Natureza” na categoria “Campeões da Educação” do Novo Bauhaus Europeu, iniciativa da Comissão Europeia lançada em 2021, sendo um dos seis projetos portugueses finalistas na cerimónia de atribuição dos galardões, marcada para quinta-feira, em Bruxelas.

O programa baseia-se sobretudo em “sessões de mergulho livre, em apneia”, às quais se juntam “visitas a vários ambientes marinhos, entre eles as florestas de algas de Sesimbra, as pradarias marinhas em Troia, no estuário do Sado”, bem como em palestras abertas à comunidade.

O público-alvo do Programa Atlantis “são jovens do oitavo ano, entre os 13 e os 15 anos”, segundo Violeta Lapa, mas “a comunidade escolar acaba também por ser envolvida”, bem como “família, amigos, a vila, a comunidade local”, sendo sensibilizada para a “alfabetização ecológica” e “literacia oceânica”.

“Esta primeira edição do programa teve a duração de três meses de aulas, e iniciou-se até no Dia Mundial da Água [22 de março], e terminou na semana do Dia Mundial dos Oceanos [08 de junho], também para trazer o olhar para a importância destes dias e a sua conservação, e foram 15 sessões”, no ano letivo de 2021/22.

No total, a turma da primeira edição do projeto teve 22 alunos, mas algumas sessões chegaram aos 500 participantes, como em ‘ecoações’ de limpezas de praia, de acordo com a responsável que fundou o projeto juntamente com Cristiana Santos.

“Temos a intenção de continuar em Sesimbra e com mais do que uma turma”, disse à Lusa Violeta Lapa, reconhecendo que a nomeação para o prémio do Novo Bauhaus Europeu está a “fazer parte de uma reflexão” e do atual “momento estratégico” do projeto.

Já questionada sobre a possibilidade de alargar o programa a outras geografias, disse que a Oceans and Flow está “a avaliar diferentes possibilidades, e noutras regiões perto de Sesimbra: Lisboa e por perto”, mas “com um formato não de três meses, mas mais curto”.

Há ainda uma equipa de “consultores em inovação social” que estão a trabalhar com a empresa no sentido de desenvolver “um modelo “que possa ser replicado noutras regiões, não só costeiras”.

A primeira edição do Programa Atlantis gerou ainda um documentário que tem passado em vários festivais de cinema ligados a ecologia.

Os galardões Novo Bauhaus Europeu visam distinguir projetos ambientais, económicos e culturais que combinem sustentabilidade, acessibilidade de preços e investimento, para enquadrar a transição climática e a mudança cultural, como propõe o Pacto Ecológico Europeu, tendo este ano sido selecionados 61 finalistas.





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