Défice energético está a ameaçar crescimento económico da África
O défice energético do continente africano, que tem dois terços da sua população sem acesso a energia, está a pôr em risco não só a sustentabilidade do crescimento da economia como o próprio combate à pobreza.
Segundo alertou esta semana o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), que se reuniu em Maputo, Moçambique, em causa está a importância do sector da energia no próprio desenvolvimento do continente.
“Se por um lado as economias africanas têm mostrado habilidade para se recuperarem das crises que têm afectado o mundo nos últimos anos, por outro lado a penosa falta de infra-estruturas, em particular na energia, colocam um mais sério perigo para a sustentabilidade e erradicação da pobreza no continente”, explicou na ocasião Bobby Pittman, ex-representante africano no G8, num discurso lido por um representante.
Também em Maputo decorreu esta semana a Conferência dos Ministros de Energia de África. Segundo explicou a comissária para as infra-estruturas e energia da União Africana, Elham Ibrahim, dois terços da sua população está sem acesso a energia, um défice que exige “investimentos massivos”.
De acordo com Ibrahim, o fraco acesso da população africana à energia é “inaceitável”, sendo “contraditório sob o ponto de vista social e económico que, num continente com enormes recursos energéticos, dois terços da população africana não tenham acesso à energia”.