Termas da Feira mostram diferenças de sabor em prova de águas com opções “sem químicos”



As Termas de São Jorge, em Santa Maria da Feira, realizam no sábado uma prova de águas que visa demonstrar as diferenças de sabor entre várias águas minerais naturais portuguesas e as vantagens do consumo dessas opções “sem químicos”.

Inserida na mostra de artesanato e gastronomia “Caldas, Sabor e Arte”, que assinala a recente abertura do parque fluvial contíguo ao referido balneário do distrito de Aveiro após a respetiva requalificação urbanística, a iniciativa será conduzida por Manuel Antunes Silva, que é geólogo nessa estância termal e, segundo a mesma, “o único ‘somellier’ de águas certificado em Portugal”.

“Para a maioria da população, as águas são todas iguais, o que não é de forma alguma verdade”, declara esse especialista à Lusa, anunciando que em prova cega estarão “cinco águas minerais naturais, todas portuguesas e selecionadas de modo a mostrar aos participantes como são diferentes e porquê”.

Mediante inscrição prévia, o público terá assim oportunidade de conhecer uma água alentejana, uma da região Centro, outra da zona de Aveiro, uma quarta de Trás-os-Montes e uma última de território minhoto.

Manuel Antunes Silva reconhece que “a água da torneira é fundamental na sociedade” e afirma que “as entidades distribuidoras [do sistema em rede] estão munidas de todos os meios para assegurar que o produto fornecido cumpre com os parâmetros legais”, mas aponta como principal vantagem das águas naturais, engarrafadas, a ausência de elementos potencialmente prejudiciais à saúde.

“A água de abastecimento tem que ser tratada com produtos químicos, sendo obrigatório, no ponto de consumo, a presença de um valor residual de cloro. Já as águas minerais naturais e de nascente são fornecidas ao consumidor sem qualquer tratamento, porque, na origem, apresentam condições que permitem o seu consumo tal como estão, sem a adição de qualquer produto”, explica o geólogo.

Daí resulta que a opção pelo consumo de um ou de outro tipo de água – a mineral ou a da rede de abastecimento público – “representa a diferença entre ingerir um produto 100% natural ou um produto que inclui compostos químicos adicionados”.

Licenciado pela Universidade de Coimbra, Manuel Antunes Silva está certificado como ‘water sommelier’ desde 2018 e já desenvolveu investigação geológica em vários países, desde a Nigéria aos Estados Unidos da América, tendo exercido também funções de hidrogeólogo em empresas como a Vidago, Melgaço & Pedras Salgadas, Jerónimo Martins, UNICER e Super Bock Group.

Atualmente é diretor técnico de Exploração de Recursos Geológicos em diferentes espaços termais, trabalhando na prospeção de água para engarrafamento. É ainda consultor de hidrologia e hidrogeologia, e coordenador de projetos de prospeção multidisciplinares envolvendo cientistas e empresas.

Integra igualmente as comissões técnico-científicas da Associação das Termas de Portugal e da Associação Portuguesa dos Industriais das Águas Minerais e de Nascente de Portugal, assim como a Comissão de Avaliação Técnica da Direção-Geral da Saúde e a Comissão Setorial para a Água do Instituto Português da Qualidade.





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