Duarte Cordeiro diz que nem Ambiente pode ser insensível ao preço dos combustíveis



O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, considerou hoje que o Governo não pode ser insensível ao impacto dos preços dos combustíveis nas famílias atualmente, apesar de dever procurar penalizar a utilização de combustíveis fósseis.

“Não nos podemos tornar insensíveis à dimensão do impacto que isto [os preços dos combustíveis] tem nas famílias, acho que nem o ministro do Ambiente pode ser insensível a isso”, afirmou Duarte Cordeiro, durante a conferência da CNN sobre transição energética, em Lisboa, após ter sido questionado sobre o desconto no Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), anunciado na segunda-feira pelo Ministério das Finanças.

O Governo decidiu devolver a receita adicional do IVA através de um desconto no Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), o que se traduzirá numa redução adicional de dois cêntimos por litro no gasóleo e um cêntimo na gasolina.

Na conferência que ficou marcada por uma ação de protesto de jovens estudantes ativistas climáticos, que atiraram tinta verde ao ministro, Duarte Cordeiro sublinhou que os governos devem continuar a apostar na descarbonização, procurando penalizar a mobilidade individual que é feita com combustíveis fósseis e incentivando formas sustentáveis de mobilidade.

“Mas não podemos ignorar, num determinado momento, também os impactos sociais que as políticas têm”, num contexto de aumento de preços, reiterou o governante.

Na conferência participaram também os presidentes executivos da EDP e da Galp, Miguel Stilwell de Andrade e Filipe Silva, respetivamente, que disseram estar a analisar a possibilidade de concorrer ao leilão para as eólicas no mar (‘offshore’) que o Governo pretende lançar ainda este ano.

Stilwell de Andrade disse que a decisão vai depender de uma série de condições, que ainda não são conhecidas uma vez que o caderno de encargos não é conhecido, e alertou para o custo da tecnologia flutuante, que está ainda num estado embrionário.

Da parte da Galp, uma das questões é saber quem vai pagar o sobrecusto daquela tecnologia.

“Se [o Governo] quer um concurso com vários candidatos vai ter de ter alguma garantia de preço que seja mais cara do que hoje temos no mercado aberto. Se é para carregar ainda mais o défice tarifário de Portugal, isso não é bom para o contribuinte”, apontou Filipe Silva.





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...