Lançado projeto-piloto de recolha de resíduos porta a porta em Aveiro
A ERSUC, empresa de tratamento e valorização de resíduos, lançou ontem em Aveiro um projeto-piloto de recolha seletiva porta a porta, num investimento de um milhão de euros para reduzir o lixo destinado a aterro.
De acordo com o seu presidente do conselho de administração, Miguel Lisboa, o projeto ontem lançado vai ao encontro de um novo modelo de gestão de resíduos que procura cumprir os objetivos e metas europeias.
O projeto-piloto de Aveiro, lançado hoje em Nossa Senhora de Fátima, nas proximidades de uma das unidades de tratamento mecânico e biológico da ERSUC, vai cobrir, para já, 5.500 moradias e cerca de 13.575 habitantes.
O projeto-piloto prevê recolhas semanais para o plástico e papel, e quinzenais para o vidro, em circuitos em várias freguesias, definidos pela predominância de habitações unifamiliares com acessos adequados.
“Fizemos um investimento de quase um milhão de euros em três viaturas de recolha seletiva e mais de 16 mil contentores”, disse Miguel Lisboa, sublinhando que o papel e o vidro podem ser reciclados quase 100%.
Mesmo os resíduos orgânicos podem ser aproveitados para a produção de biogás e composto, estando no horizonte a criação de um quarto contentor na recolha seletiva a eles destinado, com tampa castanha.
Já o plástico, observou o presidente da empresa, representa o maior desafio, mas as embalagens podem ser transformadas em novos produtos utilizáveis.
É com a aposta na recolha seletiva que a empresa quer contribuir para as metas nacionais e da União Europeia que impõem, até 2030, a reciclagem de 60% dos resíduos, que ainda só atingem 20% ao fim de duas décadas.
Reduzir os resíduos que têm como destino final o aterro, segundo Miguel Lisboa, é “um desígnio nacional” a que a empresa se associa, enquanto concessionária de 36 municípios para o seu tratamento.
Segundo o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, este projeto é para expandir.
O autarca aproveitou para repetir críticas ao aumento dos custos com os resíduos, mas reconheceu a utilidade do projeto para a redução dos resíduos a eliminar e, por essa via, reduzir também os custos totais.
“Este é um passo novo na recolha seletiva em que temos vindo a crescer”, disse o autarca, aludindo à recolha seletiva de biorresíduos que passou a ser feita no canal Eureka (restaurantes e cantinas).
“Tem tudo para correr bem e não tenho dúvida do retorno do investimento da ERSUC”, acrescentou.