Marcelo salienta ação internacional de Costa, Guterres e Barroso pela transição ambiental



O Presidente da República salientou  a a sexta-feira a ação de António Costa, António Guterres e Durão Barroso a favor da sustentabilidade ambiental no plano internacional e defendeu que há uma mudança da cultura cívica em Portugal.

Estas posições foram transmitidas por Marcelo Rebelo de Sousa após ter presidido no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, à entrega dos prémios José Manuel de Mello 2024, em que o vencedor foi Pedro Freitas Mendes e em que também foram atribuídas menções honrosas a Olívia Pinto Soares e Pedro Teixeira de Resende.

Após o discurso inaugural de Vasco de Mello, presidente da Fundação Amélia de Mello, durante o qual procurou realçar a importância dos trabalhos de investigação realizados nos domínios da sustentabilidade e da descarbonização, o chefe de Estado, na intervenção final da sessão, começou por recorrer à História da indústria portuguesa, destacando a “visão para além do seu tempo de Alfredo da Silva”.

“Há mais de um século, o grupo que construiu soube compreender a mudança em curso na sociedade”, apontou Marcelo Rebelo de Sousa, antes de se referir aos desafios da atualidade e ao papel que tem sido desempenhado por portugueses com responsabilidades em altos cargos internacionais, casos de António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas, António Costa como primeiro-ministro e futuro presidente do Conselho Europeu, e José Manuel Durão Barroso como antigo presidente da Comissão Europeia.

“Na sociedade portuguesa criou-se um consenso de que o desenvolvimento sustentável suporia a inovação – a inovação preocupada com a sustentabilidade. Uma dimensão não estritamente económica ou social, mas também ambiental. Também nascia então um consenso sobre a importância da investigação”, advogou.

Neste contexto, o Presidente da República realçou a seguir que o secretário-geral das Nações Unidas é um defensor da transição verde “com mais ou menos sucesso, mas sempre lutando por ela”.

“Recordemos que os portugueses em posições internacionais sempre lutaram por essas causas, como Durão Barroso. E esta entrega de prémios coincide com a designação para presidente do Conselho Europeu de mais um português, o antigo primeiro-ministro António Costa. Terá a responsabilidade de ter um papel medianeiro quer nas relações transatlânticas, quer nas relações entre Estados-membros europeus, muito focado nas perspetivas” das transições digital e ambiental, frisou.

No seu discurso, o Presidente da República também defendeu a tese de que na sociedade portuguesa se assiste a uma “viragem de cultura cívica”.

“Uma viragem de que o país por vezes não se dá conta, mas que está em curso nas pequenas, médias e grandes empresas”, disse, antes de observar que está a aumentar o investimento privado em investigação, “invertendo a lógica tradicional”.

“Ainda há insuficiências, mas já temos números acima da média europeia em doutoramentos, no papel da mulher nos doutorados e na viragem da qualificação para a vida empresarial e social. Isto é uma viragem de cultura cívica. O país não tem a noção do que está a mudar em muitas empresas”, insistiu.





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