Consumer Choice distingue 16 marcas com selo “Escolha Sustentável”. Mais 5 que em 2024



Esta quinta-feira, numa cerimónia em Lisboa, a Consumer Choice anunciou os premiados da segunda edição do seu selo “Escolha Sustentável”, programa que se estreou em 2024. Na primeira edição, foram distinguidas 11 marcas, mas agora o número subiu para 16.

A lista das premiadas deste ano é composta por alguns “repetentes”, como a Prio, a Goldenergy, a iServices, a Global Tribe, a Trivalor, a Norauto e a Saint-Gobain (desta vez com o produto Weber), mas a maior parte são estreantes: Apivita, Banana da Madeira, Banco CTT, Decathlon, GlassDrive, Moov Hotel, Mustela, Rede Expressos e Topeca.

Em declarações à Green Savers, que esteve presente no evento de entrega de prémios que decorreu no espaço Suspenso (antigo Santiago Alquimista), em pleno bairro de Alfama, o presidente e fundador da Consumer Choice disse-nos que haver mais premiadas do que no ano passado “é muito bom sinal”.

José Borralho recordou que a “Escolha Sustentável” é um dos projetos que mais tem crescido e que mais procura tem tido, indicando que, mesmo durante o evento, foi abordado por várias marcas que demonstraram interesse em saber mais sobre esse programa. Além disso, acredita que esse crescimento também se deve muito ao facto de as empresas e marcas perceberem, cada vez mais, que a avaliação feita pela Consumer Choice não se limita a indicadores ambientais, mas que também inclui desempenhos sociais e económicos. Ou seja, é uma abordagem abrangente que cobre o universo ESG.

A edição de 2025, contou com cerca de 40 candidaturas, face às 25 do ano anterior, o que representa uma maior percentagem de marcas e empresas distinguidas com este selo de sustentabilidade. As candidaturas são analisadas por um painel de especialistas, “que são muito exigentes”, disse Borralho, e por outro composto por uma seleção de consumidores, “cada vez mais informados” e, por isso, que cada vez mais esperam que as marcas e empresas se alinhem com os desígnios da sustentabilidade.

O responsável salientou que as sociedades, de uma forma geral, estão mais conscientes da importância e urgência de minimizar os impactos humanos negativos sobre o planeta, lembrando as catástrofes naturais, reflexo das alterações climáticas antropogénicas, que marcaram 2024. “Só quem não quer ver é que não vê”, sentenciou.

Os preços elevados são um mito?

É frequente ouvir-se que os preços elevados de produtos e serviços sustentáveis são um impedimento na altura da sua compra ou aquisição por parte dos consumidores. Contudo, José Borralho considera que frequentemente se trata mais de um “mito” do que realidade.

“A questão dos preços, na maior parte dos casos, é um mito. É uma crença que os consumidores têm”, explicou-nos, embora admitindo que possa ser um facto “quando falamos de bens de consumo”. No entanto, salientou que “quando estamos a falar da área dos serviços, temos hoje o benefício da vertente tecnológica”, que, para o fundador da Consumer Choice, “na maior parte dos casos não faz aumentar os preços”.

Assim, a ideia de que consumir produtos e serviços sustentáveis acarreta mais custos para os consumidores “é um ‘bicho-papão’ que em alguns casos não existe”, sublinhou.

O segredo de uma verdadeira “Escolha Sustentável”: olhar para a sustentabilidade em todas as suas dimensões

Questionado sobre qual seria o candidato ideal ao programa “Escolha Sustentável”, José Borralho disse seria o que “cumpre com os três pilares da sustentabilidade”, ou seja, que tenha um bom desempenho no âmbito dos ESG como um todo.

“Ainda não nos apareceu nenhum”, reconheceu, acrescentando que algumas marcas e empresas poderão ter “receio” de submeter candidaturas à avaliação do programa.

“As marcas, por vezes, não percebem que nós temos um processo de discriminação positiva e têm receio que os dados, ao não serem os melhores, possam ser comunicados de forma negativa”, explicou. Por isso, deixou uma mensagem a essas marcas e empresas que estão hesitantes: “não tenham medo”.

Exigência dos consumidores ajuda a combater o greenwashing

“Há muito ainda, em alguns mercados, a prática do greenwashing”, lamentou José Borralho, ainda que nos tenha dito que a maior parte das empresas com as quais a Consumer Choice trabalha são de grandes dimensões pelo que “isso não é propriamente uma questão”.

O responsável acredita que a crescente exigência dos consumidores, o maior acesso à informação e a capacidade para “fazer ruído” contra más práticas, especialmente através das redes sociais online, serão dissuasores poderosos e fazem com que o risco de fazer greenwashing seja mais elevado do que não fazê-lo e realmente trilhar o caminho que se diz estar a percorrer.

“Acho que é um grande risco e uma grande irresponsabilidade uma marca hoje fazer greenwashing”, afirmou.

O evento serviu também para anunciar que a Consumer Choice tem uma nova direção-geral, assumida por Nassrin Majid, que transita da direção comercial. José Borralho disse-nos que se manterá como presidente executivo da empresa “durante um período”, mas que se dedicará a outros projetos, como os esforços de internacionalização da organização.





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