Ativistas da Greenpeace bloqueiam heliporto em Davos. Exigem que governos taxem os “super-ricos”



Esta segunda-feira arranca mais uma sessão do Fórum Económico Mundial, em Davos (Suíça), um encontro que congrega inúmeros líderes mundiais, desde governos, empresas e sociedade civil, para “melhorar o estado o mundo”, segundo diz a própria organização.

No entanto, nem todos partilham esse espírito. Há muito que as reuniões do Fórum Económico Mundial são criticadas pelos ambientalistas, como eventos que apenas procuram fazer avançar os interesses económicos em detrimento do combate efetivo às causas da degradação do planeta e das desigualdades sociais.

Por isso, esta manhã, 13 ativistas da organização internacional Greenpeace bloquearam o heliporto em Davos, onde aterram as aeronaves de várias das delegações que têm presença marcada no encontro.

Descrevendo a ação como um “protesto pacífico”, a organização diz, em comunicado, que o objetivo é responsabilizar as elites pela poluição gerada e apelar aos governos para que “taxem os super-ricos”, criando fundos para financiar “a ação climática, ambiental e social”. E recorda que os 1% mais ricos do mundo são responsáveis por mais emissões de gases e substâncias poluentes do que 66% da população mundial junta.

Clara Thompson, porta-voz da Greenpeace em Davos, salienta que “é um ultraje que políticos, CEO e a elite poderosa se reúna em Davos para debates infindáveis sobre desafios globais enquanto o mundo está em chamas e as pessoas têm dificuldades em satisfazer necessidades básicas e em lidar com impactos climáticos cada vez mais severos”.

Apontando que “a desigualdade e as crises climática e ambiental estão intimamente ligadas”, a ativista defende que os super-ricos devem contribuir mais para proteger o planeta: “não há falta de dinheiro para responder às crises climática, ambiental e social, acontece é que está nos bolsos errados e está na altura de as elites ricas e poluidoras pagarem”.

A Greenpeace considera que taxar as fortunas dos super-ricos só na Europa era suficiente para gerar 185 mil milhões de euros, dinheiro que poderia ser canalizado para investimentos, por exemplo, em energias renováveis e limpas, transportes públicos e habitações mais acessíveis e menos poluentes.

O ano de 2025, diz Thompson, “oferece oportunidades cruciais para reformar as regras fiscais a nível global e os apelos para uma tributação justa estão a tornar-se demasiado audíveis para serem ignorados”.

“Os governos têm de mostrar verdadeira liderança neste tempo de necessidade global e ir atrás do dinheiro onde ele está”, salienta.

Nas imagens divulgadas pela Greenpeace é possível ver alguns ativistas a serem removidos pelas forças de segurança presentes no local do protesto, mas até ao momento não há informação de que tenha sido feita qualquer detenção.

Crédito: Greenpeace




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