Câmara de Viana do Castelo quer criar bacias de retenção para mitigar inundações
O presidente da Câmara de Viana do Castelo disse ontem estar a ser planeada, entre outras ações, a construção de várias bacias de retenção de água para mitigar o efeito das inundações causadas por fenómenos meteorológicos extremos.
O assunto foi ontem levantado durante a reunião camarária pela vereadora do CDS-PP, Ilda Araújo Novo, na sequência da precipitação intensa que inundou diversas artérias, habitações e estabelecimentos comerciais da cidade.
No final da sessão, questionado pelos jornalistas, Luís Nobre garantiu que estão identificados os pontos críticos do concelho, apontando como exemplos a zona ribeirinha, as passagens inferiores e o litoral.
“Queremos criar várias bacias de retenção, por exemplo na encosta [do monte de Santa Luzia], para retardar a chegada ao espaço urbano. Queríamos fazê-las todas, em simultâneo, mas não temos recursos financeiros”, afirmou.
O autarca socialista pretende recorrer a financiamento comunitário para a sua execução, mas não especificou quanto e qual o montante do investimento, porque o planeamento das ações ainda estar em curso.
“Algumas das intervenções que estamos a planear, como a colocação de sensores para monitorizar o volume de água, são compagináveis com a nossa capacidade financeira, mas outras são estruturais e implicam investimentos significativos e necessitam de financiamento”, disse.
Luís Nobre apontou o parque empresarial de Lanheses como modelo para mitigar os efeitos de um elevado volume de precipitação.
“Com a criação de três bacias de retenção deixamos de ter inundações na parte mais baixa do parque, junto à área residencial, além de termos melhorado as passagens hidráulicas nas vias”, explicou.
Segundo o autarca socialista, o concelho “tem infraestruturas, quer em ambiente urbano, quer em algumas freguesias, em áreas com geografia acentuada que em momentos críticos, com níveis de pluviosidade muito grandes, não têm capacidade para travar velocidade da água e proteger quem está na base dessa topografia, como é o caso da cidade de Viana do Castelo”.
“A cidade, nem nenhuma cidade, está preparada para eventos extremos como o da semana passada (…) Um fenómeno de pluviosidade intensa durante 20 minutos provocou uma dificuldade como nunca tínhamos tido. Todas as ações físicas e de sensibilização são importantes para mitigar os efeitos destes eventos extremos”, frisou.
Luís Nobre adiantou que, “em breve, por representar um investimento menor”, o município vai “intervir nas infraestruturas junto à ponte Eiffel, com colocação de mecanismos hidráulicos com maior capacidade de resposta”.
“Não vai anular, em absoluto, a inundação daquela zona, mas vai reduzir o seu efeito da acumulação de água em eventos extremos como o da semana passada que impediu a circulação de pessoas e viaturas”, adiantou.