Brasil vai lançar concurso para gestão de 4.500 km quadrados da Amazónia
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O Governo brasileiro anunciou ontem que vai licitar na Bolsa de Valores de São Paulo a gestão de 4.500 quilómetros quadrados de uma reserva natural na Amazónia, com o objetivo de combater a desflorestação.
O concurso, o primeiro da história na Amazónia, é destinado à Floresta Nacional de Jatuarana, no sul do estado do Amazonas, e será dirigido a empresas interessadas em explorar os recursos naturais de forma sustentável, embora a propriedade das terras continue a ser pública.
A Bolsa de Valores de São Paulo orientará o processo, que culminará com um leilão previsto para maio, e ajudará a avaliar as propostas com o objetivo de aumentar a transparência e atrair mais investidores, segundo o Governo brasileiro.
De acordo com os cálculos das autoridades, as terras a gerir durante 37 anos têm potencial para produzir mais de 233 mil metros cúbicos de madeira por ano e criar quase 1.500 empregos diretos e indiretos numa das regiões do país mais pressionadas pela desflorestação.
Em troca da extração de recursos, as empresas que ganharem o concurso terão de investir 2,3 milhões de reais por ano (cerca de 385 mil euros) no controlo e proteção da floresta e no apoio às comunidades indígenas da zona, entre outras atividades.
A ministra do Ambiente, Marina Silva, destacou, durante o lançamento do concurso, que se trata de um “modelo inovador” que trará benefícios para as empresas, a população e a biodiversidade na maior floresta tropical do planeta.
“É possível manejá-la, gerar riqueza com sabedoria, emprego e renda, sem destruí-la”, afirmou, de acordo com o comunicado divulgado pelo Governo brasileiro.