Tartarugas marinhas estão a recuperar em todo o mundo mas ameaças persistem

As populações de tartarugas marinhas estão a recuperar um pouco por todo o mundo, depois de décadas de esforços de conservação para resgatá-las do precipício da extinção.
Uma avaliação realizada por especialistas da Comissão de Sobrevivência das Espécies, da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), publicada recentemente na revista ‘Endagered Species Research’, revela que as ameaças têm diminuído para a maioria das 48 populações de tartarugas marinhas de seis espécies: tartaruga-comum (Caretta caretta), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-de-kemp (Lepidochelys kempii) e tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea).
Em comunicado da UICN, os especialistas avançam que mais de 40% das populações destes répteis marinhos enfrentam agora menos riscos e ameaças, face aos 23% que se registavam em 2011, algo que entendem como sendo prova de que “os esforços de conservação de tartarugas marinhas estão a ter resultados positivos em muitos lugares”.
Para Bryan Wallace, primeiro autor do estudo, esses números mostram “o profundo impacto dos esforços de conservação local” levados a cabo por todo o mundo e refletem “a dedicação de inúmeros indivíduos e organizações” que ao longo de décadas têm trabalhado para proteger “estas antigas e icónicas” criaturas marinhas.
Mas otimismo não significa que se pode baixar a guarda. De acordo com o estudo, é preciso continuar a proteger as tartarugas marinhas, para assegurar a sua sobrevivência e a continuação das tendências positivas, uma vez que a captura acidental em redes de pesca continua a ser a maior ameaça a esses animais em todo o mundo, bem como o desenvolvimento as áreas costeiras, a poluição oceânica, especialmente plásticos, as alterações climáticas e a captura direcionada de tartarugas e dos seus ovos.
Com base nos dados, as tartarugas-de-couro são a espécie mais ameaçada, de entre o conjunto abrangido pela análise.
“Precisamos de mais financiamento, de uma colaboração mais forte e de uma maior capacidade de conservação, particularmente em áreas que são importantes para as tartarugas marinhas e que também enfrentam desafios socioeconómicos”, aponta, citado em nota, Roderic Mast, um dos responsáveis do grupo de especialistas em tartarugas marinhas da UICN e presidente da organização Oceanic Society.