54% dos consumidores prefere comprar marcas que adotam práticas sustentáveis no setor da moda

A Escolha do Consumidor, sistema de avaliação de marcas número um em Portugal, realizou um estudo que analisa as tendências e hábitos de sustentabilidade dos portugueses. O impacto da consciência ambiental nos comportamentos de consumo, inclusive na indústria da moda, a perceção da preocupação com o consumo sustentável por género e as fontes de informação sobre práticas ou produtos sustentáveis mais utilizadas são alguns dos temas abordados nesta análise.
A maioria dos inquiridos considera que a sustentabilidade desempenha um papel importante nas suas decisões de consumo (51%), sendo que 32% atribui também a esta temática uma relevância muito elevada. Por outro lado, 13% indica que tem pouca importância e 3% dos participantes refere que nunca considerou este fator no momento da compra. Apenas 1% das respostas revelam que este aspeto não tem qualquer relevância nas suas escolhas.
No setor da moda, a tendência repete-se, 54% dos entrevistados prefere comprar marcas que adotam práticas sustentáveis, desde que os preços sejam acessíveis. Já 29% opta por essas marcas sempre que possível, independentemente do preço. Por fim, 9% mostra-se indiferente ao tema e 8% afirma que a sustentabilidade não é um critério relevante na sua escolha.
Quanto à perceção sobre a preocupação com o consumo sustentável por género, quase metade dos entrevistados acredita que as mulheres demonstram maior preocupação com o consumo sustentável do que os homens (49%). No entanto, 22% discorda dessa ideia e 29% indica que essa diferença depende do contexto.
O custo elevado (26%) e a falta de opções acessíveis no mercado (21%) são apontados como as principais barreiras à adoção de práticas de consumo sustentáveis. Outros obstáculos incluem fatores como: a falta de informação (17%), a ausência de incentivos governamentais (16%), a indiferença ou falta de motivação (11%) e a falta de tempo ou conveniência (8%). Existe ainda uma percentagem dos participantes que refere diversas razões, entre elas o uso excessivo de plástico nas embalagens (1%).
Apesar da crescente sensibilização, grande parte dos inquiridos (40%) está disposta a adquirir produtos sustentáveis apenas se o preço for equivalente ao de produtos não sustentáveis. Cerca de 37% aceitaria pagar até +10%, enquanto 11% está disponível para gastar até +20% do preço original. 12% não está disposto a pagar mais por este tipo de artigos, demonstrando que o preço continua a ser determinante para a implementação de hábitos mais sustentáveis no quotidiano.
Relativamente às práticas sustentáveis implementadas no dia a dia, a reciclagem de resíduos (23%), a redução do desperdício alimentar (22%) e a diminuição do consumo de plástico (19%) são as mais referidas pelos consumidores. Segue-se a utilização de garrafas e sacos reutilizáveis (18%), o uso de transportes públicos ou bicicletas (9%) e a compra de produtos a granel ou de origem local (8%). Outros hábitos sustentáveis como a alimentação vegana são mencionados ainda por 1% dos inquiridos.
Por último, foi perguntado qual a principal fonte de informação sobre práticas ou produtos sustentáveis. As organizações ambientais (23%), as redes sociais (22%) revelam-se como as principais fontes de informação para os entrevistados. Também são valorizadas as opiniões de amigos/familiares e os websites das marcas (18% em ambos). 13% declara que não costuma procurar este tipo de informação e 5% procura junto de influenciadores ou bloggers. Os restantes participantes indicam outras fontes de informação, desde a Inteligência Artificial, aos rótulos de produtos e a televisão ou rádio (1%).