O Nascentes volta à aldeia das Fontes, em Leiria, num festival onde “a cultura e a ecologia caminham lado a lado”



Entre os dias 2 e 6 de julho, a aldeia das Fontes, em Leiria, volta a receber o Nascentes, um festival onde o cuidado com a natureza e a comunidade é a base para tudo o que acontece.

Em comunicado, a organização dize que no Nascentes “a cultura e a ecologia caminham lado a lado”, salientando que “é do respeito pela terra, pelo rio e pelas pessoas que brota esta celebração plural, diversa e profundamente ligada ao lugar”.

No Nascentes, o programa artístico é pensado como parte integrante do ecossistema local: vive-se com os pés na água, no meio da serra, entre hortas, caminhos e casas que acolhem de braços abertos quem chega. Cuidar do lugar é parte do espetáculo.

Do programa consta a projeção do documentário “Onde nasce o rio e morre o medo”, uma criação da Casota Collective. Neste documentário são acompanhados, “com olhar atento e sensível”, os caminhos traçados pelo festival, dando voz à aldeia, às pessoas e às experiências vividas. Um momento para ver, ouvir e sentir o que nasce quando arte, natureza e comunidade se encontram.

Enquanto projeto de raiz comunitária, o Nascentes volta também a dar especial atenção à programação infanto-juvenil e familiar, com um alargado programa de oficinas criativas, apoiado pela Fundação Millennium bcp, que inclui oficinas de construção artística, cianotipia, culinária imaginária, pintura, escultura coletiva e objetos em movimento, pensadas para estimular a imaginação, a autonomia e o espírito colaborativo de todas as famílias.

Convidando ao que a organização descreve como a “escuta profunda do lugar”, Luís Antero, tal como em edições anteriores, volta a orientar os passeios sonoros “Caminhar pelas Fontes”, que, convocando-os a atentarem no som da paisagem, “transforma os participantes em intérpretes atentos de um território vivo”.

Ao longo dos passeios os participantes encontrarão vários trabalhos do artista e ilustrador Another Angelo, que, em residência no âmbito do Nascentes, mergulhou na aldeia, e entre encontros, passeios, conversas e abraços, criou várias “mensagens de amor” que estarão espalhadas pela aldeia e que refletem os ritmos, afetos e as suas memórias desse lugar.

A edição deste ano conta com uma novidade, revela a organização: o Desabafar. Esse será um tempo para abrandar, sentar à mesa com desconhecidos e conversar, ou simplesmente escutar.

“Entre histórias, pensamentos e silêncios partilhados, brindamos com um copo de ‘abafado’ e deixamos que a vida aconteça, devagar.”

A celebração também se fará à mesa, na Jantarada d’Aldeia, um jantar comunitário, servido ao ar livre, que volta a juntar vizinhos, artistas e visitantes em torno dos sabores da terra e do prazer de estar juntos. “Entre pratos partilhados e conversas demoradas, renova-se o espírito de união que dá vida à aldeia das Fontes”, dizem os promotores.

A edição de 2025 traz uma programação musical que se cruza com o mundo – desde sonoridades africanas à eletrónica cósmica, da dança tropical à vanguarda. São vozes e ritmos que se ligam em harmonia com o lugar que os recebe, e que trazem ao festival a urgência da palavra, do corpo e dos sentidos, entre os destaques temos:  The Zawose Queens, HENGE, Jibóia, Freakin’ Disco, Landrose, Smag På Dig Selv, Los Sara Fontan, Candeleros, Ölivias, Fidju Kitxora, Djonsaba Kanuté, Jorge Rosa & Kambanda, Mindelo, Ligados às Máquinas e as residências de criação sonora de Carincur & João Pedro Fonseca + Coro das Fontes e João Maneta & Pedro Marques.

A organização assegura que “todas as intervenções respeitam a natureza e são pensadas para minimizar o impacto ambiental e respeitar a relação com o meio envolvente”. Isso, porque “no Nascentes cada gesto conta, cada som nos aproxima… porque aqui, cuidar é celebrar, e celebrar é amar”.






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