Utilização de automóveis cai na Europa e Estados Unidos
Reflexo da crise ou mudança de mentalidades, não se sabe, mas é um facto que a utilização de automóveis na Europa e Estados Unidos está a decrescer. Segundo o Cleanbreak, que tem como fonte um estudo da consultora Navigant, há mesmo uma “desaceleração sem precedentes na posse de carro, quilómetros circulados e emissão de cartas de condução”.
Na Europa, estes números estão há já algum tempo a decrescer. Em Itália, a utilização de bicicleta nas viagens entre a casa e o trabalho aumentou 47% entre 2000 e 2011. Em cidades como Amesterdão ou Copenhaga, naturalmente, o crescimento atingiu os 80%.
“Isto significa menos poluição, menos consumo de petróleo, menos stress e deixámos de ter necessidade de construir novas estradas. Para alguns poderá não ser bom. A quantidade de impostos recolhidos pelos Governos da indústria de automóvel irá reduzir-se significativamente – e as portagens ficarão mais caras”, explica o analista de transportes Phineas Baxandall.
Nos Estados Unidos, as vendas de automóveis foram mais lentas na recuperação económica, quando, no final de outras crises, elas eram as primeiras a reagir. As vendas de veículos leves atingiram o seu pico em 2005 e o recorde daquee ano não deverá ser alcançado antes de 2020, apesar do crescimento populacional acentuado.
O pico de viagens de automóvel deu-se em 2004. A partir daí, o número começou a cair, ou seja, bem antes da crise económica. De acordo com Phineas Baxandall, os jovens preferem gadgets como o iPhone a automóveis.
“Nestes últimos nove anos, menos jovens norte-americanos começaram a conduzir. Isto verificar-se em jovens com e sem emprego. Nos Estados Unidos, as viagens de bicicleta cresceram 24% e os percursos feitos a pé cerca de 16%. Esta é a grande mudança”, explica o especialista. Uma excelente notícia para a mudança de mentalidades.