Projecto em Moçambique ganha Galardão Gulbenkian/Oceanário de Lisboa 2010



O Galardão Gulbenkian/Oceanário de Lisboa 2010 foi atribuído ao projecto Conhecer para Preservar a Biodiversidade Marinha de Pemba (Cabo Delgado/Moçambique), que tem como objectivo intervir nas políticas de gestão ambiental, com acções concretas que conduzam à utilização sustentável do espaço costeiro e marinho daquela zona.

O projecto da Universidade de Aveiro, em parceria com várias entidades moçambicanas, como a Universidade do Lúrio, visa ainda promover a qualidade de vida da população que depende desta área, através de um programa intensivo de capitação de recursos humanos locais, que inclui a compatibilização das actividades económicas com a exploração sustentável dos ecossistemas e biodiversidade marinha.

O Galardão Gulbenkian/Oceanário de Lisboa, no valor de 100 mil euros, pretendeu distinguir projectos de investigação e desenvolvimento que promovessem a formação de recursos humanos e a criação de práticas institucionais nos Países Africanos de Lingua Oficial Portuguesa (PALOP), potenciando a gestão sustentável de áreas marinhas de elevado valor, já existentes ou em fase de implementação.

A baía de Pemba, no norte de Moçambique, é a terceira maior do mundo, alimentada por rios e pelo Oceano Índico, constituindo um importante ecossistema. É uma região rica em biodiversidade, embora pouco estudada, e que está seriamente ameaçada pelo crescimento urbano desordenado e pela crescente ocupação turística em termos de construções hoteleiras, gerando um quadro de degradação ambiental fortalecido pela inexistência de políticas públicas apropriadas. A falta de tratamento de esgotos e do lixo, associada à falta de consciência ambiental da população, constitui um grave problema de saúde pública.

A Fundação Calouste Gulbenkian, através do Programa Gulbenkian Ambiente, e o Oceanário de Lisboa querem também contribuir para dar um conteúdo concreto à responsabilidade partilhada que os países desenvolvidos têm para com os países menos desenvolvidos, nomeadamente, no apoio à conservação dos seus habitats e recursos naturais, em particular aplicado aos ecossistemas litorais e marinhos, explica a organização em comunicado.





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