Nações Unidas: Europa tem de reduzir poluição atmosférica
O efeito da poluição atmosférica na saúde tem sido subestimado na Europa, por isso o Velho Continente tem de rever a sua política ambiental para combater este problema. Esta é a principal conclusão de um estudo desenvolvido pelas Nações Unidas, publicado hoje.
O estudo foi compilado por 60 cientistas de todo o mundo, que responderam a um pedido da OMS (Organização Mundial de Saúde) para analisar oito anos de dados de gases poluentes vindos do tráfego automóvel, fábrica e lareiras. E como isso pode pôr em perigo a saúde humana.
Leia o estudo.
Para além de ligações a mortes prematuras de doenças respiratórias e coronárias, o estudo encontrou uma relação entre os gases poluentes e a diabetes, nado-mortos e subdesenvolvimento cognitivo das crianças.
Os cientistas, nos quais se incluíam cardiologistas, epidemiologistas, toxicólogos e outros especialistas em saúde pública, disseram que as lareiras e até os transportes públicos – comboio ou metro – podem aumentar significativamente a exposição a partículas poluentes.
Os sistemas de metropolitano, por outro lado, foram identificados como sendo grandes contribuidores à exposição de partículas ultrafinas e metais. Também as fontes de poluição interiores, como as lareiras, prejudicam significativamente a saúde das pessoas.
“O dobro da população da Europa sofre hoje de asma do que há 30 anos. Estes resultados pretendem acordar os decisores europeus para os poluentes atmosféricos e provam que as políticas europeias estão erradas”, explicou a directora-adjunta da Health and Environmental Alliace (Heal), que comentou o estudo.
O estudo concluiu ainda que a poluição atmosférica causa 29 mil mortes por ano no Reino Unido, mais do que a obesidade e alcoolismo combinados. Londres (na foto), com 4.300 mortes por ano relacionadas com a poluição atmosférica, é uma das piores cidades da Europa para alguns poluentes.