Excrementos de panda podem ser usados na produção de biocombustível
Cientistas da Universidade do Mississippi afirmam que os biocombustíveis podem passar a ser feitos a partir de micróbios encontrados nos excrementos de panda, em vez de milho. Eles descobriram que esses micróbios partem materiais lenhosos, o que os pode tornar numa alternativa à produção tradicional de biocombustíveis.
A pesquisa de Ashli Brown, bioquímica da universidade, aponta que várias espécies de micróbios encontrados nos excrementos dos pandas podem ser reproduzidos e utilizados na criação de biocombustíveis, pois conseguem quebrar os materiais vegetais crus usados no processo.
Brown acredita que, ao replicar esses micróbios, os EUA poderiam contribuir para o desenvolvimento de combustíveis alternativos que não interfiram com a produção de alimentos e ainda permitam uma grande poupança de dinheiro.
“Um dos processos mais caros na produção de biocombustíveis é o pré-tratamento, onde os polímeros de açúcar são tratados quimicamente de modo a poderem ser usados para fazer etanol ou combustível”, disse Brown. “Se pudermos inserir um micróbio que faz isso naturalmente e de forma eficiente, os custos de produção de combustíveis alternativos seriam tremendamente reduzidos.”
A investigadora explica que os micróbios em questão são semelhantes às bactérias digestivas encontradas nos intestinos das térmitas, que as ajudam a partir e digerir a madeira. “No entanto, os nossos estudos sugerem que as espécies de bactérias do intestino dos pandas podem ser mais eficientes a partir materiais vegetais do que as espécies de bactérias das térmitas.”
O Inhabitat avança que a descoberta pode ter um impacto enorme no Mississippi, um estado com abundantes recursos florestais.
Obviamente que existem alguns problemas em basear a produção de biocombustíveis em torno de uma espécie em vias de extinção. Por isso mesmo, o estudo está a incidir igualmente nos pandas vermelhos que também se alimentam de bambu e existem em maior número.