Escassez de água adia planos da Coca-Cola na Índia



A multinacional norte-americana Coca-Cola foi obrigada, pela segunda vez, a não utilizar uma nova linha de engarrafamento indiana, um desafio para a empresa de refrigerantes que apostou €3,6 mil milhões (R$ 11, 9 mil milhões) num plano de expansão neste país asiático, diz o Financial Times.

Em Junho do ano passado, a Coca-Cola solicitou à Autoridade Central das Águas Subterrâneas da Índia permissão para começar a usufruir da nova linha de engarrafamento, avaliada em €17,6 milhões (57,2 milhões) – numa fábrica já a operar na localidade de Medhiganj, no norte do país. Contudo, os agricultores locais protestaram contra a fábrica e culparam a Coca-Cola por causar escassez de água na região.

O governo indiano ainda não deu o seu aval à empresa norte-americana, que quer colocar a funcionar uma nova linha de engarrafamento capaz de produzir até 600 garrafas por minuto, duplicando a actual produção da fábrica.

A Coca-Cola afirma que a Índia poderá ser um dos cinco maiores mercados mundiais durante os próximos dois anos. No entanto, alguns analistas referem que os problemas cada vez mais graves de escassez de água no país poderão representar um entrave aos planos ambiciosos de empresas como a Coca-Cola – e outras.

As águas subterrâneas têm sofrido uma grande escassez em toda a Índia, devido sobretudo à sua sobreutilização por parte dos agricultores. Empresas como a Coca-Cola ou Pepsi têm-se tornado alvos fáceis para os agricultores, apoiado também por activistas anti-globalização.

Em Novembro de 2012, as autoridades indianas de água anunciaram novas restrições à utilização de águas subterrâneas na indústria – agora, estas estão ligadas a condições como qualidade de água corrente, tipo de indústria e comprometimento das empresas com os planos de reciclagem e investir na qualidade de água.

Foto:  kulepind / Creative Commons





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