O projecto brasileiro que corre por uma causa
Em 2010, quando começou a participar em corridas de rua, a fisioterapeuta brasileira Marina Marinho, do Rio de Janeiro, tinha dois objectivos: manter-se em forma e fazer amigos. Há um ano, ela incorporou um terceiro objectivo nas suas corridas: organizar, através da corrida, doações para entidades filantrópicas.
Segundo explica o site brasileiro Planeta Sustentável, Marina criou em 2013 o projecto Corra por uma Causa, um movimento que mobiliza outros atletas amadores para acções socais, organizando encontros mensais de solidariedade.
Para efectivar o projecto, Marina arrastou duas colegas – a matemática Lia Borges e a confeiteira Carol Carpinteiro. As três já organizaram corridas que angariaram agasalhos, fraldas geriátricas para casas de idosos, brinquedos para crianças desfavorecidas, pacotes de leite para jovens com cancro, entre outras.
“Pensamos que correr com o objectivo de ajudar os outros é muito melhor que correr apenas para nós mesmas”, explicou ao Planeta Sustentável Marina, pernambucana que veio para o Rio em 2010 cursar uma pós-graduação em neurociência.
Envolvida em acções de beneficiência desde jovem, Marina, de 26 anos, teve na Maratona de Londres a inspiração de que precisava para o projeto carioca. Desde a sua criação, em 1981, a competição inglesa já angariou mais de €720 milhões para causas sociais – o que a credencia como o maior evento anual de angariação de fundos do mundo, segundo o Guinness Book.
“A nossa ideia era trazer esse modelo para cá, mas criar uma corrida do zero ainda é um passo muito grande, mesmo que menos distante”, avalia.
Enquanto se organizam e ganham força, as responsáveis pelo projecto articulam-se como podem: promovem treinos solidários, aulas e workshops de ioga e pequenos-almoços beneficentes. A premissa para participar é sempre a doação de material. “Para o trabalho ser feito, não é necessário dinheiro, mas tempo. E isso nós damos, ainda que conciliando com o emprego e a faculdade”, diz Marina.