Surf e sustentabilidade já criaram 200 empregos em Peniche desde 2009 (com VÍDEO)



Em Peniche, surfistas, pescadores, população e turistas partilham o mar e tudo o que mexe, através dele, a economia local: albergues e hotéis amigos do ambiente, escolas que desenvolvem a economia do mar e inovações ligadas à energia das ondas.

Tal como a Nazaré, também a cidade de Peniche ganhou um novo fôlego com o surf e o fluxo cada vez maior de turistas que procuram ver ou, inclusive, surfar a próxima onda. Esta ligação remonta a 2009, ano em que a cidade passou a fazer parte do circuito mundial do surf, recebendo uma das etapas da modalidade.

“[Temos beneficiado com o surf], principalmente na área da hotelaria, que vai muito ao encontro daquilo que é o perfil das pessoas que acompanha o circuito, independentemente da idade e do estrato social. Há um traço comum [nestas pessoas], que tem a ver com as questões de sustentabilidade ambiental”, explicou ao Economia Verde António José Correia, presidente da câmara de Peniche.

Desde 2009, já passaram pela cidade cerca de 120 mil pessoas, atraídas pelas ondas e qualidade dos atletas. Em cada competição, os turistas deixam na cidade cerca de €7 milhões. O sucesso da etapa mundial tem sido a melhor publicidade para chamar turistas para outras alturas do ano, e hoje Peniche deixou de ser uma cidade, unicamente, de Verão.

Estes turistas querem qualidade de serviços de alojamento, mas também opções mais sustentáveis. A revolução gerada pelo surf passa ainda pela criação de novos negócios, como lojas, fábricas de pranchas ou escolas da modalidade – o centro de alto rendimento dedicado aos desportos náuticos foi fundado em 2012.

O outro eixo da ligação de Peniche ao mar está relacionado com a energia das ondas. O projecto tem como base um dispositivo submarino, chamado Wave Roller. “É uma estrutura colocada no fundo do mar, com asas, e que em função da movimentação da água no fundo do mar, ela gera energia que é aproveitada. O curioso é que o espaço onde está licenciado este dispositivo coincide com a central nuclear projectada em 1975 e 1976”, gracejou o presidente da autarquia. O projecto espera fundos europeus para arrancar a velocidade de cruzeiro.

Foto:  Gustty / Creative Commons





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