Sílvia Ferreira: “A invasão do óleo de palma”



“O ÓLEO DE PALMA É UM TIPO DE ÓLEO ALIMENTAR QUE DERIVA da palmeira-de-óleo-africana, originária da Costa Ocidental da África (Golfo da Guiné). Actualmente, o óleo de palma é produzido em África, na Ásia, América do Norte e América do Sul, com 85% da sua produção e exportação mundial a ter proveniência da Indonésia e Malásia. A maioria desta produção não está sob a salvaguarda de quaisquer políticas de sustentabilidade ou protecção florestal.

O óleo de palma invadiu literalmente todo o mercado, estando presente em inúmeros produtos de consumo: produtos de limpeza (detergentes), produtos de higiene pessoal e cosmética (sabonetes, pasta de dentes, champôs, loções corporais), sobremesas e snacks (bolachas, gelados, aperitivos), entre muitos outros, estando muitas vezes disfarçado sob o simples nome de óleo vegetal ou gordura vegetal (não especificada). Nos rótulos de alguns produtos pode também identificá-lo sob os nomes de “palm oil”, “sodium palmate” ou “sodium palm kernelate”.

A plantação deste tipo de palmeiras está ligada a graves problemas ambientais, como a desflorestação, destruição de habitats, alterações climáticas, crueldade animal e abuso dos direitos dos povos indígenas. De acordo com o WWF (World Wildlife Fund), uma área florestal equivalente a 300 campos de futebol é destruída a cada hora para criar campos de cultivo para a produção do óleo de palma. A desflorestação em larga escala está a empurrar muitas espécies para a extinção e estudos indicam que, se nada mudar, espécies como o orangotango podem ser extintas da vida selvagem nos próximos cinco a dez anos, e os tigres de Sumatra podem ficar extintos em menos de três anos.

No total, 50 milhões de toneladas de óleo de palma são produzidos na Indonésia e Malásia anualmente, fornecendo mais de 30% de todo o consumo mundial. Este óleo vegetal encontra-se aproxidamente em 40% a 50% de todos os produtos domésticos consumidos na Europa, Canadá Estados Unidos e Austrália.

Para contrariar esta tendência destrutiva, seja um consumidor atento e responsável e veja os rótulos dos produtos que consome no seu dia-a-dia. Actualmente já se encontram no mercado muitos produtos que apelam a um consumo ético e não contêm este ingrediente. Procure alternativas. Poderá também optar por fazer alguns produtos caseiros, tais como biscoitos e bolachas, detergentes ou sabonetes artesanais. Como óleo vegetal de consumo alimentar, dê preferência, por exemplo, ao tradicional azeite.”

Sílvia Ferreira é leitora do Green Savers e, para este texto de opinião, baseou-se em várias informações recolhidas no site Say No to Palm. Quer publicar o seu artigo no nosso agregador? Envie-nos o seu texto para info@greensavers.sapo.pt ou cmartinho@gci.pt. Estamos à procura da sua inspiração ou desabafo.





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