A origem das penas continua a ser um mistério por resolver



As penas são o traço distintivo das aves, o único grupo de animais que atualmente as tem. Contudo, antes de haver aves podiam já existir penas.

Apesar de as primeiras penas fossilizadas terem sido encontradas há três décadas, persistem, aos dias de hoje, muitas dúvidas sobre a sua origem e como evoluíram ao longo de vários milhões de anos.

A descoberta dos fósseis de Sinosauropteryx, na década de 1990, veio revolucionar o entendimento sobre as penas e sobre os animais que as tinham, uma vez que esse dinossauro foi o primeiro com penas e sem uma relação direta com as aves modernas a ser descoberto.

Como tal, os paleontólogos ainda não chegaram a um consenso universal sobre como começou a história das penas. A maior parte dos fósseis de dinossauros com penas datam do Período Cretácico, embora se acredite que as penas tenham surgido muito antes. Por isso, os cientistas acreditam que encontrar fósseis mais antigos é crucial para ser possível ter uma imagem mais clara de como tudo começou.

Paul Barrett, investigador do Museu de História Natural de Londres e coautor, a par de Xu Xing da Academia Chinesa de Ciências, de um artigo que reúne o conhecimento existente sobre a origem das penas, acredita que “precisamos de encontrar novos sítios com penas fossilizadas, especialmente do Jurássico e do Triássico”. Para o cientista, este último período é “especialmente importante”, pois encontrar penas que datem desse período indicaria que “todos os dinossauros tiveram um antepassado com penas”.

Por outro lado, se não forem encontrados fósseis de dinossauros com penas desses períodos mais antigos, então, sustenta, o mais provável é que as penas só tenham evoluído mais tarde, noutros grupos de animais.

Além disso, é preciso que os paleontólogos possam acordar uma definição comum do que é exatamente uma pena. Alguns fósseis de dinossauros apresentam estruturas na pele que alguns consideram serem penas, mas outros rejeitam a ideia, apontando que não podem ser consideradas como tal, assemelhando-se mais a pêlos ou escamas modificadas.

As penas das aves modernas crescem a partir de folículos na pele dos animais, pelo que poderia ser uma forma de identificar uma “verdadeira” pena em dinossauros. Contudo, Barrett considera que é possível que os folículos e outros tipos de estruturas modernas associadas às penas não tivessem ainda aparecido nos primeiros dinossauros com penas.

“Trabalho anatómico detalhado ao nível microscópico para comparar pele e penas preservadas com exemplos de aves vivas pode ajudar a resolver isto”, diz o investigador.





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