A transformação digital como aliada da sustentabilidade
O mundo vive numa constante procura pelo equilíbrio. Esta também é a tónica dos tempos atuais, onde a transformação digital e a sustentabilidade procuram encontrar formas de coexistirem, com a primeira a ser uma valiosa aliada da segunda, uma vez que diversos processos físicos são transportados para o mundo digital.
A migração para o ambiente virtual é uma tendência em todos os setores da sociedade. Processos que pareciam exclusivamente presenciais foram moldados à internet. Desta forma, o acesso a uma série de serviços foi uniformizado, ampliando o seu alcance e chegando, assim, a muitas mais pessoas.
A seguir, destacaremos os setores nos quais a transformação digital é um fator positivo para a sustentabilidade, ajudando a diminuir o gasto energético e a geração de resíduos sólidos.
“Sim, Sr. Doutor?”
A medicina sempre teve na tecnologia uma das suas principais aliadas. Os avanços nesta área são responsáveis por salvar milhares de vidas a cada ano. No entanto, a mudança sustentável chegou com a telemedicina.
Nos últimos anos, os serviços médicos encontraram-se numa situação crítica, que não permitia um atendimento presencial adequado.
Assim, a solução para manter o atendimento de pacientes com problemas de mobilidade ou doenças crónicas, que exigiam visitas frequentes, veio através da conexão à internet e dos ecrãs, com teleconsultas.
Assim, com a redução das visitas presenciais, automaticamente, o uso de papel diminuiu e os deslocamentos também foram reduzidos. Desta forma, duas atividades comuns e contaminantes são evitadas. O serviço médico não perde qualidade, o paciente continua a receber a atenção que necessita e o planeta pode respirar um pouco mais aliviado.
A digitalização na área médica foi o principal tema da Conferência Anual de Saúde Pública. No evento, ocorrido em 16 de maio de 2022, foram aprofundados temas como o partilha de dados online, o desenvolvimento de vacinas e também o avanço da telemedicina, com lugar em Portugal desde 1998, mas que registou uma maior presença nos últimos anos.
Mais opções, mais sustentabilidade
À primeira vista, os casinos e outros estabelecimentos dedicados ao entretenimento parecem inofensivos. No entanto, atrás da diversão existe um nível de poluição e gasto energético que afetam o meio ambiente.
Nos Estados Unidos, por exemplo, os casinos são responsáveis por 3% do total da energia consumida no país. A alta procura é reflexo das estruturas físicas; grandes edifícios cheios de luzes — por dentro e por fora —, máquinas de jogos, ar condicionado e outros sistemas que elevam o gasto energético.
Uma solução sustentável no segmento é a migração dos casinos para o mundo digital. Especialmente quando o assunto são as slots machines, que nos casinos físicos são consumidoras vorazes de energia elétrica. Contudo, no ambiente virtual não causam tantos estragos ecológicos, apesar de oferecer mais opções aos utilizadores.
Estas máquinas são a principal modalidade dos casinos online. Segundo dados do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ), 80% dos utilizadores procuram as slots machines.
Na internet, existe uma grande variedade de slots digitais e dos mais variados temas. Existem nas plataformas especializadas slots dedicadas às estrelas do rock and roll, como Ozzy Osburne, KISS ou Alice Cooper. Sendo também inseridas no universo de filmes e séries, como as slots inspiradas nos filmes Jumanji (1995) e Ted (2012), além das criadas para as séries Narcos (2015) e CSI: Miami (2002).
No conforto do lar
Tarefas quotidianas, como trabalhar ou ir ao banco, também foram integradas no mundo digital e ajudam o meio ambiente.
No primeiro caso, o trabalho remoto chegou como uma necessidade dos últimos anos, já que era preciso evitar aglomerações de pessoas, seja nos escritórios, seja nos meios de transporte públicos.
A necessidade mudou a forma de trabalhar. Após mais de dois anos, muitos são os profissionais que não querem voltar a enfrentar longas viagens até ao local de trabalho e prezam por postos onde o trabalho pode ser realizado à distância. Além disso, surgem claras mais valias como:
- Ganho em qualidade de vida, afinal, não se perdem horas entre casa e o trabalho;
- Redução dos gastos com transporte ou combustível;
- Diminuição dos poluentes gerados pelos automóveis;
- Redução no gasto energético dos edifícios;
- Redução de resíduos sólidos são benefícios gerados por essa mudança.
Por outro lado, nas idas ao banco, as instituições financeiras também estão então na onda sustentável e todos os seus principais processos estão plenamente adaptados ao mundo digital. Ir ao banco perder tempo numa fila já ficou no passado. Agora, pagar uma conta ou solicitar um empréstimo são tarefas que podem ser realizadas através dos serviços de open banking.
Neste caso, as vantagens são bastante similares às do trabalho remoto, com a diferença que o consumo de papel nos bancos é imenso, afinal, são páginas e páginas de contratos e cláusulas, que num documento em formato PDF são poupados e não se tornam lixo.
Será então a transformação realmente aliada da sustentabilidade?
Sim, a transformação digital aparece como uma aliada da sustentabilidade e do meio ambiente.
No entanto, é preciso ter em conta que nem tudo são flores. A vertiginosa velocidade dos avanços tecnológicos deixa para trás uma grande quantidade de lixo eletrónico. São telemóveis antigos, computadores que deixaram de acompanhar o ritmo, entre outros acessórios que nascem com data para morrer.
Neste sentido, a procura pelo equilíbrio continua. É claro que a transformação digital apresenta-se como fator de mudança em todos os aspetos da sociedade. A procura pelo avanço sustentável está no horizonte das grandes marcas do mercado e já pode ser vista, por exemplo, no aumento de automóveis elétricos, cada vez mais populares e acessíveis. O resto é esperar e ver!