Acionistas ativistas da Shell querem objetivo de redução das emissões de gases



Um grupo de acionistas da Shell vai apresentar uma resolução na assembleia geral do conglomerado de hidrocarbonetos, para o obrigar a definir um objetivo de redução das emissões de gases com efeito de estufa conforme o Acordo de Paris.

A organização de acionistas ativistas Follow This informou que 27 investidores, entre os quais a europeia gestora de ativos Amundi, representando um total de 3,9 biliões [milhão de milhões] de euros, mobilizaram 3,4% do capital da Shell para apoiar esta resolução relacionada com as alterações climáticas.

A Follow This já tinha proposto uma resolução relacionada com a rutura climática à assembleia geral realizada em maio de 2023. Na ocasião recebeu 20% de votos favoráveis.

Este ano, a resolução do grupo de acionistas prevê que a Shell “alinhe os seus objetivos de redução das emissões de gases com efeito de estufa, incluindo as ligadas à utilização dos seus produtos (Scope 3), a médio prazo com o objetivo do Acordo de Paris: limitar o aquecimento global a dois graus em relação ao período pré-industrial e prosseguir os esforços para limitar este aumento a 1,5 graus”.

O texto incumbe o conselho de administração de elaborar uma estratégia para alcançar os objetivos.

Ao associar 27 investidores à apresentação da resolução, o fundador da Follow This, Mark Van Baal, espera que outros acionistas se juntem e votem o texto favoravelmente.

Na sua opinião, “os grandes acionistas possuem a chave para atacarem a crise climáticas graças aos seus votos nas assembleias gerais”.

Ainda se desconhece a data da reunião dos acionistas da Shell.

Para a administração da Shell, a resolução da Follow This, quase idêntica à do ano passado, é “irrealista e simplista”, teria “consequências negativas para [os seus] consumidores” e seria “contrária aos interesses da empresa e dos [seus] acionistas”.

Em comunicado, a Follow This apontou que, “em 2023, a Shell não melhorou os seus objetivos climáticos e o novo diretor geral pareceu fazer marcha-atrás em matéria de ação climática”.

Por seu lado, a Shell indicou que o grupo vai publicar no início deste ano uma atualização da sua estratégia de transição energética.

Em junho último, Shell anunciou que a sua produção de petróleo vai continuar “estável” até 2030, depois de em 2021 ter apresentado objetivos de redução anual de um a dois por cento.

O seu diretor-geral, Wael Sawan, estimou um mês depois que reduzir agora a produção de hidrocarbonetos seria “perigosa e irresponsável” e poderia voltar a fazer subir os preços.

Também disse que o mundo ainda “precisava desesperadamente de petróleo e gás”, porque a viragem para as energias renováveis não está a ser suficientemente rápida para os substituir.





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