Açores atingem 48% de reciclagem em 2024 e aproximam-se da meta comunitária
O secretário Regional do Ambiente dos Açores destacou hoje “o trajeto positivo” da região na área dos resíduos, sublinhando a taxa de preparação para reutilização e reciclagem de 48% em 2024, aproximando-se da meta comunitária de 55% para 2025.
Alonso Miguel presidiu hoje à abertura das Jornadas Técnicas Internacionais de Resíduos, subordinadas ao tema “Gestão de Resíduos e Águas em situações extremas: o desafio da insularidade”, a decorrer na Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.
Segundo o secretário regional do Ambiente e Ação Climática, os dados mais recentes do Sistema Regional de Informação Sobre Resíduos revelam que a região “atingiu, em 2024, uma Taxa de Preparação para Reutilização e Reciclagem de 48%, ficando muito próxima de alcançar a meta comunitária estabelecida para 2025, de 55%”.
“São resultados muito entusiasmantes, sobretudo quando comparados com os do resto do país, uma vez que esta taxa representa o dobro da Região Autónoma da Madeira, que se fixou em 24%, sendo muito superior à de Portugal continental, que atingiu os 37%”, afirmou o governante, citado em nota de imprensa.
O titular da pasta do Ambiente nos Açores indicou ainda que “a Taxa de Desvio de Resíduos de Aterro sofreu uma redução para 24%”, o que permite à região já ter alcançado “a meta de 30% definida no PEPGRA para 2025 e estamos no bom caminho para cumprir integralmente a meta comunitária de 10%, definida para 2035”.
Alonso Miguel destacou o impacto das medidas e investimentos do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), entre os quais a aprovação do novo Programa Estratégico de Prevenção e Gestão de Resíduos dos Açores (PEPGRA 20+), a Agenda para a Economia Circular e a revisão do Regime Geral de Prevenção e Gestão de Resíduos.
Assinalou igualmente intervenções de modernização dos Centros de Processamento de Resíduos das ilhas, num investimento de cerca de 10 milhões de euros em três anos, e o projeto-piloto de depósito de embalagens não reutilizáveis de Bebidas nos Açores, que, ao longo de três anos, permitiu recolher e encaminhar para reciclagem mais de 20 milhões de embalagens, num investimento de dois milhões de euros.
Ainda segundo o governante, só em 2024 foram promovidas, pela Secretaria Regional do Ambiente, 38 sessões de sensibilização na área dos resíduos e 320 ações no âmbito da Semana Europeia de Resíduos, envolvendo 12 mil participantes.
O secretário regional disse que, “apesar do padrão pluviométrico favorável verificado nos Açores, que proporciona uma disponibilidade hídrica superior às necessidades de consumo, também a gestão da água em território insular “coloca desafios particulares”.
Sublinhando que a melhoria da gestão de resíduos, a transição para uma economia circular e a gestão sustentável da água constituem prioridades globais, Alonso Miguel disse que “representam desafios acrescidos nos Açores, atendendo à localização geográfica e idiossincrasias” da região.
O governante defendeu que os Açores têm sido reconhecidos pelo trabalho realizado no domínio da gestão dos resíduos e da água, salientando o “significativo esforço” conjunto entre o Governo Regional e as diversas entidades competentes, que coloca a região “em evidência no panorama nacional, despertando atenções a nível internacional, sobretudo junto de outras regiões insulares, com desafios semelhantes”.
O secretário regional referiu-se ainda a “medidas estratégicas”, como a alteração do Programa Regional da Água dos Açores, a revisão do Plano de Gestão da Região Hidrográfica, a aprovação do 2.º ciclo do Plano de Gestão de Riscos de Inundações, a recente criação do Plano de Gestão de Secas e Escassez e a instalação, em curso, de sistemas de alerta de cheias em bacias hidrográficas de risco do arquipélago.