África pode atingir auto-suficiência alimentar em dez anos



O continente africano poderá ser capaz de atingir a auto-suficiência alimentar no período de dez anos, de acordo com o especialista em desenvolvimento Calestous Juma, da Universidade de Harvard e membro das principais academias de ciências do mundo.

Juma entregou ontem aos presidentes do Quénia, Uganda, Tanzânia, Ruanda e Burundi um manual de instruções para que África deixe de ser um continente à mercê das importações e onde a fome é endémica.

“Uma nova geração de líderes, estruturas regionais que começam a funcionar, a crise financeira e a vulnerabilidade aos preços dos alimentos fazem com que esta seja a altura certa para a mudança”, explicou ao jornal i o professor, ele próprio nascido no Quénia.

“O meu objectivo não é glorificar África, mas mostrar aos cépticos e aos conservadores que não tinham razão”, continuou. Há 800 pessoas, em África, sem acesso a alimentos. Apesar disso, o continente tem 27,4% da terra arável mundial, ainda que apenas 4% seja irrigada.

De acordo com Juma, a chave da solução poderá estar na biotecnologia, comunicações e formação. E na respectiva segurança alimentar.

“[É preciso tornar] a segurança alimentar numa prioridade presidencial”, explicou Juma, dando como exemplo o Malawi. “Quando o presidente Bingu wa Mutharika chegou ao poder, em 2004, o país vivia em pobreza extrema. Em seis anos mostrou-se que é possível uma mudança rápida”, afirmou.

Em 2005, metade da população do Malawi vivia com menos de um dólar por dia e um quarto não tinha refeições diárias. “Um dia, Mutharika disse ‘Basta. Não vou continuar a implorar comida. Vamos plantá-la’”.

Resultado: o preço do milho caiu para metade e pela primeira vez houve excedentes para exportar.

Leia o resto do discurso de Calestous Juma no artigo do i.





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