Alterações climáticas vão agravar conflito do Médio Oriente
Os fenómenos climáticos extremos e a falta de água vão tornar a região do Médio Oriente ainda mais instável, segundo um relatório publicado pelo Fórum Árabe para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (AFED).
De acordo com o relatório, o actual abastecimento de água nesta região é equivalente a apenas 25% do que era em 1960, pelo que existe a necessidade de criar tribunais internacionais para julgar o uso dos recursos naturais.
Segundo explicou o AFEP, dentro de cinco anos os árabes terão apenas 500 metros cúbicos anuais de água per capita, contra 6.000 metros cúbicos da média mundial.
“Para uma região que já é vulnerável a muitas crises políticas e sociais, as mudanças climáticas têm o potencial de exacerbar as já quentes discussões e contribuir em muito para a instabilidade”, explicou à agência Reuters Mohamed El-Ashry, ex-presidente da Global Environment Facility, um fundo de assistência para países em crise ambiental e climática.
É verdade que os países desta região não são grandes emissores de gases com efeito de estufa – apenas 5% do total global – mas são dos mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas. Paralelamente, as emissões aumentaram 88% de 1990 para 2004 – três vezes mais que no resto do mundo – e a temperatura do ar subiu de 0,2 ºC para 2ºC entre 1974 e 2004.
Finalmente, a população desta região, actualmente apenas 5% da total global, vai chegar aos 600 milhões de pessoas até 2050.
“Ainda podemos ter esperança de um futuro melhor, mas precisamos de agir agora para que dentro de dez anos tenhamos resultados. As pessoas ainda não se deram conta disso, aliás, quando falamos em mudanças climáticas elas pensam que os impactos serão na lua ou noutros países”, disse também o secretário-geral da AFED, Najib Saab.
Em 2050, o clima desta região será ainda mais quente e seco – com uma diminuição entre 20 a 30% da água disponível. Ou seja, as temperaturas aumentarão e a chuva diminuirá.
O mundo árabe, apenas de ter 5% da população global, tem apenas 1% da água fresca e renovável existente no planeta.
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