Aquecimento global contribui para extinção do lince ibérico



Um novo estudo sugere que as mudanças climáticas podem conduzir à extinção do lince ibérico, considerado o felino mais ameaçado do mundo.

Actualmente existem apenas cerca de 300 linces em Espanha e Portugal, que se alimentam principalmente de coelhos (na foto). Mas o aumento das temperaturas e o clima local cada vez mais seco podem levar ao desaparecimento desta sua fonte de alimento e, por conseguinte, à sua extinção.

Reintroduzir mais animais no norte da península poderia ajudar a salvar a espécie, defende o co-autor do estudo Miguel Bustos Araújo, biogeógrafo no Museu Nacional de Ciências Naturais, em Madrid.

De facto, 90% da dieta do lince são coelhos (na foto)– e, no século XX, estes foram dizimados por duas doenças, o que inevitavelmente abalou a população de felinos. A caça ilegal e a perda de habitat são as outras causas que estão a levar ao desaparecimento da espécie.

A somar a tudo isto, prevê-se que as temperaturas mais quentes e as chuvas menos frequentes reduzam a quantidade de ervas disponíveis para os coelhos se alimentarem, disse Araújo. Isto, por sua vez, levará a uma nova redução da principal refeição do lince ibérico. Desta forma, ele pode mesmo extinguir-se até ao final do século.

Os investigadores sugerem agora que os programas de conservação desta espécie emblemática devem ter em conta as alterações climáticas com vista a alcançarem o sucesso.

O lince ibérico é o felino mais ameaçado do mundo. Os programas de conservação têm gasto mais de €93 milhões (R$ 275 milhões) em esforços de reintrodução dos animais nos seus habitats naturais do sul da Península Ibérica.

Foto: Sob licença Creative Commons





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