Ártico: Recuo dos glaciares descobre 2.500 km de costa em 20 anos



Entre 2000 e 2020, o degelo e consequente recuo dos glaciares na região ártica descobriu 2.500 quilómetros (km) de costa que antes estava escondida sob o gelo. Dois terços das novas áreas costeiras estão na Gronelândia.

A concluso é de um estudo publicado recentemente na revista ‘Nature Climate Change’, e resulta do trabalho de um grupo de investigadores liderado pelo especialista em glaciares Jan Kavan, do Centro de Ecologia Polar da Universidade de South Bohemia e do Polar-Geo Lab, da Universidade Masaryk (República Checa).

O recuo dos glaciares e a formação de novas zonas costeiras está a alterar profundamente a paisagem, os ecossistemas e as economias das comunidades locais, alertam os cientistas. E explicam que essas áreas são sobretudo formadas por detritos de rochas sedimentares, pelo que são altamente dinâmicas, especialmente sob a ação da força das ondas e das correntes, da erosão causada pela chuva e da temperatura.

Assim, aumenta a possibilidade de ocorrerem deslizamentos de terras e derrocadas, pondo em risco os ecossistemas e habitats costeiros e marinhos, bem como os terrestres e as comunidades humanas que vivem a região.

Os impactos podem também ser de natureza económica. Os investigadores dizem que as terras deixadas a descoberto pelo degelo dos glaciares contêm depósitos de metais e minerais preciosos, tornado mais fácil o acesso a esses materiais, “que no caso da Gronelândia”, escrevem no artigo, “pode promover a dependência económica da região”.






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