Boicotar o óleo de palma provavelmente só irá agravar o problema da desflorestação



Recentemente, um vídeo de animação da Iceland Foods que mostrava os problemas de desflorestação causados pelo óleo de palma, foi banido no Reino Unido por ser demasiado político. A decisão causou polémica e até já há uma petição para reverter a decisão.

Mas um relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza indica que boicotar o óleo de palma só irá agravar o problema da desflorestação, dado que a indústria mundial irá simplesmente abastecer a suas necessidades noutro lado.

 

Mas o óleo de palma não é mau para o ambiente?
Sim e não. Por um lado, é mau porque a atual procura mundial por óleo é de tal forma grande que isto levou à desflorestação de florestas tropicais para criar espaço para a plantação de óleo de palma. Todavia, o relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza conclui que boicotar o óleo de palma apenas mudará o tipo de óleo usado pela indústria, em vez de prevenir a perda de florestas tropicais. Ou seja, o óleo de palma será substituído por outros óleos vegetais, como o óleo de colza ou de soja.

O problema é que as plantações de palma produzem entre quatro a dez vezes mais óleo por cada unidade de terra que outras plantas e requerem muito menos pesticidas e fertilizantes. O óleo de palma constitui 35% de todos os óleos vegetais, mas é plantado em apenas 10% da terra alocada a plantações de plantas para óleos vegetais. A soja, por exemplo, é responsável pelo dobro da desflorestação do óleo de palma, na Amazónia.

Assim, o problema não é a palma, mas a forma como as florestas e as plantações são geridas.

 

E o que podemos fazer?
Com isto, não estamos a dizer que ignore os avisos sobre os problemas dos produtos que usam óleo de palma, mas sim para estar atento à origem do óleo de palma. O óleo de palma sustentável tem-se revelado um pouco melhor que o normal, mas a União Internacional para a Conservação da Natureza diz que é um processo novo, com potencial para melhorar a sustentabilidade deste tipo de plantação, apesar de ainda haver muito a fazer.

Já há várias marcas que usam óleo de palma sustentável, e é necessário que, enquanto consumidores, estejamos atentos a isto para incentivar o mercado a mudar e a usar produtores responsáveis, que não contribuam para a desflorestação.





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