Borboleta viaja mais de 3.000 km e quebra recorde da espécie



Um macho da borboleta Parantica sita viajou mais de 3.000 quilómetros entre Fukushima (Japão) e a região autónoma de Hong Kong em quatro meses. Essa longa jornada, que inclui a travessia do Mar da China Oriental, é a maior alguma vez registada para essa espécie.

A história começou (ou acabou) a 21 de dezembro passado, quando Yuet Fung Ling, investigador da Faculdade de Ciências Biológicas da Universidade de Hong Kong, capturava borboletas por entre a vegetação numa baía no sul de Hong Kong. Mas uma delas captou especialmente a sua atenção, uma P. sita, por ser uma espécie considerada de ocorrência rara naquela região.

Apanhou-a e verificou que o animal tinha uma etiqueta na parte inferior da asa esquerda, que não só indicava que tinha sido colocada a 18 de agosto de 2024, como também dizia a Yuet Fung Ling que tinha já sido alvo de manuseamento por parte de outros investigadores. Ou seja, estava a ser alvo de estudo.

O macho de P. sita já tinha sido marcado com uma etiqueta que apresentava a data de 18 de agosto (de 2024).
Foto: Yuet Fung Ling

Depois de fazer alguns contactos, o estudante de pós-doutoramento confirmou que essa borboleta tinha sido marcada e libertada quatro meses antes em Fukushima, pelos cientistas japoneses Masayoshi e Shimizu e Hiroki Takizawa.

O animal que protagoniza este conto inédito teria cerca de 124 dias de vida e pertence a uma espécie conhecida por percorrer grandes distâncias. O recorde anterior era de 2.423 km, mas a fasquia agora está mais alta.

“É um feito notável”, reconhece Timothy Bonebrake, biólogo que juntamente com Yuet Fung Ling e Emily Jones coordenam o grupo de investigação de borboletas Danaid Butterfly Research Hong Kong.

Para o cientista, isso mostra “a capacidade fisiológica destas criaturas”, acrescentando que o novo recorde “torna evidente o quanto ainda está por descobrir sobre estes importantes fenómenos de migração”.

Contudo, ainda não se sabe se Hong Kong é o destino final da migração da resistente P. sita. Depois de documentado, o animal foi libertado, para continuar a sua aventura.





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