Caça-furtiva de rinocerontes na África do Sul cai 15% em 2024. Mas crime organizado continua a ser ameaça



No ano passado foram caçados ilegalmente 420 rinocerontes na África do Sul, menos 79 do que em 2023, informou esta quinta-feira o ministério das Florestas, Pescas e Ambiente do país.

Em comunicado, detalha que 320 rinocerontes foram mortos em propriedades públicas, enquanto os outros 100 foram caçados ilegalmente em parques privados, reservas ou quintas.

Os dados mostram que foi na província de KwaZulu-Natal, no sudeste da África do Sul, que ocorreram mais mortes, com 232 rinoceronte abatidos por caçadores furtivos, uma diminuição face aos 325 mortos no ano anterior. No Parque Nacional Kruger morreram 88 animais, mais 10 do que em 2023, e outros 59 na província de Limpopo.

O ministério sul-africano diz que o decréscimo do número de rinocerontes abatidos ilegalmente se deve, em parte, a operações de vigilância e a um programa de remoção dos chifres dos animais, como no Parque Hluhluwe-iMfolozi, na província de KwaZulu-Natal, uma das principais causas da morte desses mamíferos, uma vez que os seus chifres são muito procurados, e atingem valores elevados nos mercados negros, para artigos de medicina tradicional.

No entanto, segundo a mesma fonte, os caçadores furtivos começaram a matar rinocerontes sem chifres, levando a um aumento das perdas.

“O tráfico de animais selvagens continua a ser um problema global significativo que exige um esforço global intenso e coordenado para se conseguir desmantelar as redes criminosas”, salienta o ministério em nota.

Jo Shaw, CEO da organização não-governamental Save The Rhino, em reação à divulgação dos resultados, afirma que “o declínio bem-vindo do número de rinocerontes mortos ilegalmente na África do Sul em 2024 é prova dos esforços incansáveis os conservacionistas e das agências de segurança”.

Em comunicado publicado esta sexta-feira, a responsável diz, contudo, que “o crime organizado continua ar ser uma séria ameaça aos rinocerontes, a outros animais selvagens e às pessoas que os protegem e vivem com eles”.

As organizações criminosas, explica Shaw, “estão continuamente a adaptar as suas táticas e áreas de atuação”, pelo que “a colaboração internacional e o investimento sustentado” em capacidades de investigação criminal são fundamentais para “desmantelar as perigosas redes criminosas envolvidas”.

“Temos de manter a pressão para proteger os rinocerontes e travar os cartéis do crime organizado que lucram com esta crise”, defende.





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