Cientistas descobrem nova forma de ver como é que as borboletas desenvolvem as suas cores



As borboletas utilizam as cores para uma série de funções importantes, nomeadamente como meio de sinalizar a escolha do parceiro ou para afastar os predadores.

Annie Jessop, pós-doutorada da Escola de Matemática, Estatística, Química e Física da Universidade de Murdoch, que liderou a nova e reveladora investigação, revela que as borboletas e muitos outros insetos utilizam estruturas minúsculas para criar cores em vez de pigmentos, mas que existem mistérios em torno delas.

“As borboletas e muitos outros insetos utilizam nanoestruturas para gerar cores, um fenómeno conhecido como cor estrutural”, afirma Jessop.

“Embora tenhamos muitos conhecimentos sobre a forma como a cor é produzida a partir destas estruturas, temos muito menos conhecimentos sobre a forma como estas estruturas se desenvolvem em sistemas biológicos”, explica.

“O nosso estudo teve como objetivo desenvolver um método que permitisse aos cientistas medir a cor que estas estruturas produzem ao longo do seu desenvolvimento”, adianta.

“Isto permitir-nos-ia inferir certos detalhes estruturais em diferentes momentos, como o tamanho das estruturas”, sublinha ainda.

Annie Jessop salienta também que a investigação “demonstrou com sucesso que o método proposto, a microscopia hiperespectral, tem a resolução espacial, temporal e espetral adequada para o fazer e pode revelar o desenvolvimento de nanoestruturas óticas em sistemas biológicos vivos”.

A microscopia hiperespectral é uma técnica de microscopia que fornece dados espectrais para cada pixel da imagem e que pode registar muitas centenas de canais de cor, dependendo da configuração.

Isto difere da microscopia de luz convencional que regista apenas três canais de cor (vermelho, azul e verde) e da imagem multiespectral que regista entre três e quinze canais de cor.

“O microscópio pode medir as cores que as estruturas produzem ao longo do tempo, ajudando-nos a compreender, pela primeira vez, como estas estruturas minúsculas se desenvolvem em borboletas vivas”, conclui Jessop.

Todos os pormenores do estudo Elucidating nanostructural organization and photonic properties of butterfly wing scales using hyperspectral microscopy estão disponíveis no Journal of the Royal Society Interface.

 





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