Cinco detidos na posse de dez pontas de marfim, cauda e trombeta de elefante em Moçambique
As autoridades moçambicanas detiveram cinco pessoas na posse de 10 pontas de marfim, uma cauda e trombeta de elefante e 15 ovos de avestruz na província de Gaza, sul do país, disse hoje fonte policial.
Segundo o porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) em Gaza, os cinco, incluindo um professor, foram detidos no distrito de Mapai nos dias 20 e 21 deste mês, em flagrante, quando tentavam comercializar esses produtos.
“Estes bens, incluindo uma armadilha mecânica, estavam na posse de cinco indivíduos que já estão detidos. As pessoas foram detidas em Mapai, numa situação de comercialização, onde cada ovo vendiam a 3.500 meticais (47 euros) e um quilograma de marfim a oito mil meticais (108 euros)”, disse o porta-voz do Sernic em Gaza, Alexandre Mondlane.
As autoridades moçambicanas voltaram a apelar ao fim de abate de espécies protegidas, sobretudo nas áreas de conservação do país.
“Isso tem ocorrido nos parques, não é uma coisa nova e devem ter abatido um elefante há dias. Têm se registado casos de abates de elefantes entre outras espécies protegidas”, apontou Alexandre Mondlane.
Em junho passado, duas pessoas foram detidas na posse de 140 pontas de marfim, quando embarcavam num comboio na estação de Moatize, em Tete, centro de Moçambique.
A caça furtiva em Moçambique tem sido uma ameaça à vida selvagem, mas as autoridades estimam que o abate de elefantes tenha diminuído nos últimos anos, fruto dos esforços de fiscalização e conservação.
Segundo dados da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), Moçambique tem cerca de dez mil elefantes, que continuam a ser visados em ataques de caçadores furtivos, que procuram marfim para vender.
Moçambique tem em vigor uma lei de conservação da biodiversidade com penas que podem ir até aos 16 anos de prisão e multas diversas para os mandantes, caçadores, traficantes, entre outros intervenientes no negócio ilegal de produtos da vida selvagem.