Como o LNG vai pôr Angola a produzir gás natural
O projecto do gás natural liquefeito (LNG) vai permitir a Angola entrar no clube restrito dos países que produzem gás natural, segundo o director do projecto Daniel Rocha numa recente entrevista ao jornal Expansão.
Mas o investimento, que se cifra nos nove mil milhões de dólares, vai trazer também vantagens ambientais para um dos maiores produtores de petróleo em África.
Motivado pelo interesse em reaproveitar o gás libertado nos processos de exploração petrolífera – o gás associado à exploração é actualmente queimado – a nova planta de LNG vai permitir a Angola comercializar o gás natural ao mesmo tempo que reduz a emissão de CO2 para atmosfera.
A planta do LNG Angola terá uma capacidade de produção estimada em 5,2 milhões de toneladas métricas por ano, o equivalente a cerca de 200 mil barris de petróleo por dia.
Daniel Rocha acrescentou ao Expansão que o gás será direccionado para os mercados do Golfo do México e Ásia de forma a produzir “retornos saudáveis” do investimento feito.
O projecto é uma joint-venture entre os maiores players da produção petrolífera a operar em Angola, a americana Chevron, com uma fatia de 36,4%, seguida pela Sonangol com 22,8%, a inglesa BP, a francesa Total e a italiana Eni com um investimento de 13.6% cada.
O LNG, de resto, recebeu uma menção especial por parte de José Eduardo dos Santos em Outubro último, durante o discurso de Estado da Nação. “O projecto LNG vai já atender às mais modernas exigências de respeito pelo ambiente, no quadro de uma política mais geral que obriga a que todos os projectos actuais e futuros se cinjam às normas superiormente definidas para a protecção ambiental, como deverá ocorrer nomeadamente em relação à preservação e protecção da floresta equatorial do Maiombe, na província de Cabinda”, explicou então o presidente angolano.