Conhece o ar que respira?
Portugal está nos dez países que apresentam melhor qualidade do ar, entre os 41 países presentes no relatório da Agência Europeia do Ambiente. Ainda assim, estima-se que as partículas PM2.5, NO2 e O3 são responsáveis pela morte de 6.000 portugueses todos os anos.
O ar que nos rodeia é constituído essencialmente por azoto e oxigénio. Respiramos desde o momento em que nascemos até ao momento em que morremos. É uma necessidade vital e constante, não só para nós, mas para toda a vida na Terra. Uma boa qualidade do ar é essencial para todos. A nossa saúde, o ambiente e até a economia dependem dela.
A qualidade do ar depende dos níveis de emissão de poluentes e da capacidade de dispersão no ar. As condições de grande estabilidade da atmosfera ou seja, situações de calmaria, levam à permanência dos poluentes no ar originando episódios de poluição do ar.
O ar que respiramos pode conter também partículas e gases poluentes. Alguns destes ocorrem naturalmente, outros resultam da atividade humana tais como tráfego, produção de energia, agricultura, processos industriais, entre outras. O transporte de poeiras do Saara, que ocorre várias vezes ao ano, é também uma fonte importante de partículas no nosso país.
No dia Nacional do Ar, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) deixa algumas dicas sobre o que poluir o ar, quais os principais efeitos efeitos da poluição na Saúde, ecossistemas e clima, bem como o que podemos fazer para melhorar a qualidade do ar que respiramos.
Partículas em suspensão: Têm origem em várias fontes e constituem o grupo de poluentes mais prejudicial à saúde. Quanto mais pequenas forem maior é a probabilidade de penetrarem profundamente no aparelho respiratório e maior o risco de induzirem efeitos negativos.
Dióxido de azoto (NO2): É sobretudo proveniente do tráfego rodoviário e nas grandes cidades é o principal responsável pela fraca qualidade do ar.
Dióxido de enxofre (SO2): Atualmente não representa um problema para a qualidade do ar, resultado de várias medidas, como por exemplo a redução teor de enxofre nos combustíveis fósseis.
Ozono troposférico (O3): Ao contrário dos outros poluentes não é emitido por nenhuma fonte. Forma-se por reação química de poluentes como os óxidos de azoto na presença de forte radiação solar.
Quais os efeitos da poluição?
Na saúde:
-Doenças respiratórias (asma, bronquite, enfisema pulmonar) e cardiovasculares (enfarte do miocárdio, AVC);
-Problemas de fertilidade, podendo também estar associada a cancro do pulmão ou a Alzheimer e demência;
-Morte prematura e diminuição da qualidade de vida;
No ecossistema:
-Afeta a qualidade da água e do solo e, consequentemente, a fauna e flora;
-Afeta a diversidade das espécies, reduzindo a biodiversidade;
-Danifica a agricultura, florestas e plantas, reduzindo a sua taxa de crescimento.
Nas alterações climáticas:
Poluentes atmosféricos, como ozono, partículas e óxidos de azoto, conhecidos como “forçantes climáticas”, têm influência na radiação solar retida pela superfície terrestre e refletida para a atmosfera, contribuindo para as alterações climáticas.
Bons hábitos para um bom ar
Todos podemos contribuir para diminuir estas emissões:
-Usar transportes coletivos;
-Fazer as pequenas deslocações a pé ou de bicicleta;
-Efetuar as revisões periódicas do veículo e manter os pneus calibrados, diminui a emissão dos poluentes e poupa dinheiro;
-Limitar o uso do automóvel ao estritamente necessário;
-Abastecer o veículo fora das horas de maior calor;
-Moderar a utilização do ar-condicionado no veículo;
-Apostar na mobilidade partilhada;
-Fazer uma condução eficiente (arrancar suavemente; reduzir a velocidade, utilizar o travão do motor, evitar acelerações e travagens bruscas)