COP27: Emissões do setor da construção atingem novo recorde e superam valores pré-pandemia



Apesar de, em 2021, os investimentos na eficiência energética dos edifícios, a nível mundial, ter aumentado 16%, as emissões de dióxido de carbono do setor da construção subiram 5% face a 2020, ficando 2% acima do pico registado em 2019, antes da pandemia de Covid-19.

Um relatório do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP), divulgado no âmbito da cimeira mundial do clima, a COP27, que decorre desde domingo no Egipto, revela que, no ano passado, o setor da construção representou mais de 34% do consumo energético e perto de 37% de todas as emissões de dióxido de carbono relacionadas com a energia.

Esses números, afirmam os relatores, tornam ainda maior o hiato “entre o desempenho climático do setor” e o objetivo de descarbonização apontado para 2050.

“O setor da construção representa 40% do consumo de energia na Europa”, sendo que 80% advém de combustíveis fósseis, assinala Inger Andersen, diretora-executiva do UNEP, que acrescenta que isso faz dele uma área na qual devem ser tomadas medidas imediatas “para promover a segurança energética a curto e a longo-prazo”.

A descarbonização desse setor até 2050 é “essencial”, diz a responsável, para que seja possível alcançar as metas climáticas estabelecidas pelo Acordo de Paris de 2015, o que exige cortes drásticos nas emissões globais de dióxido de carbono.

Para isso, o setor tem de set tornar mais energeticamente eficiente, “reduzir a pegada carbónica dos seus materiais” e concretizar os compromissos assumidos.

Embora reconheça que têm, realmente, sido dados passos importantes e no sentido certo, o relatório avança que esses investimentos não têm sido capazes de acompanhar a expansão da construção.

Uma solução poderá passar por os governos concederem incentivos financeiros e não-financeiros a investimentos em construção com pegadas carbónicas mais reduzidas ou até mesmo sem qualquer pegada.

O relatório estima também que a utilização de matérias-primas para a construção duplique até 2060, “com o aço, o betão e o cimento a serem já grandes contribuidores para as emissões de gases com efeito de estufa”, pelo que é fundamental olhar para materiais e técnicas de construção mais sustentáveis.





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...