Entrevista a Joel Sousa, re(fundador) da FAMEL. “Hoje queremos inovar e fazer o oposto, oferecendo um veículo livre de emissões”



Foi em 2002, com mais de 40 anos de história, que a portuguesa FAMEL declarou falência. Mais tarde, em 2014, foi anunciado o projeto de revitalização da marca pelas mãos de Joel Sousa, que traz este ano a público a primeira apresentação do novo protótipo elétrico E-XF – inspirado na mítica Famel XF-17.

Em entrevista à Green Savers, o re(fundador) da FAMEL traça o novo destino da marca aliada à mobilidade elétrica.

O que o levou a revitalizar a FAMEL?

O facto de ter sido a FAMEL surgiu de uma oportunidade de adquirir os direitos da marca; o que me levou a isso foi ver o potencial da marca assente na sua visibilidade e boas memórias, que de alguma forma poderia ser aproveitado para trazer de volta uma das mais conhecidas marcas portuguesas.

Que objetivos definiu para a “nova vida” da marca? O que mudou?

Os objetivos foram moldados ao longo do tempo à medida que íamos definindo o projeto, e decidimos tomar o risco de ressurgir com um novo propósito, elétrico, tendo em vista o futuro e a sustentabilidade da empresa. Se antes a marca era conhecida pelo barulho do escape e pelo fumo da queima de combustível, hoje queremos inovar e fazer o oposto, oferecendo um veículo livre de emissões, apelativo para as cidades e para todas as idades e sobretudo que seja capaz de projetar a marca a nível internacional.

Estão a lançar um novo modelo no mercado inspirado na mítica XF-17. Quais são as diferenças entre a XF-17 e a nova E-XF?

A XF-17 era conhecida por atingir grandes velocidades e os travões apenas abrandarem. É frequente falarem connosco sobre essas aventuras, porque a velocidade foi o que trouxe a fama à XF-17. Foi com esse pensamento que projetamos a nova E-XF, uma mota segura, robusta, com componentes maioritariamente europeus, que elevam o padrão de qualidade e fiabilidade, também característica da antiga XF-17. Para além disso, estamos a desenvolver todo um interface tecnológico para proporcionar aos motociclistas uma melhor experiência na condução e também fora dela através da comunidade.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Como e quando é que os clientes vão poder comprar a E-XF?

As novas E-XF estão disponíveis para reserva através do nosso website. A reserva da edição embaixador são apenas 600 euros que serão debitados ao valor final da mesma (5499 euros o valor com IVA). As primeiras unidades estão previstas para entrega no primeiro trimestre de 2023.

Que outros planos têm em mente após este lançamento?

Este lançamento é um grande desafio, mas desde que começamos o desenvolvimento deste novo modelo, tivemos em conta outras perspectivas de veículos que contamos apresentar até final do ano, sem perder o foco na nossa prioridade atual que é entregar as primeiras o quanto antes.

A nova aposta será exclusivamente nos motociclos elétricos?

Sim, a marca posiciona-se apenas como um players na mobilidade elétrica; é possível ler o mercado nos automóveis e nos motociclos de que este é o caminho. Fazemos questão de esta ser a nossa missão e temos a certeza que seremos bem sucedidos nesta aposta.

O mercado da mobilidade elétrica, no setor dos motociclos, tem vindo a crescer exponencialmente. Um exemplo disso são os números divulgados pela ACAP. No ano passado, no mercado nacional, venderam-se aproximadamente 150 motociclos elétricos na totalidade. Este ano, apenas de janeiro a março, foram comercializadas 233 unidades. Em 3 meses foi possível ultrapassar o total do ano transato. Este é um forte indicador de que o mercado está a perceber as vantagens e os benefícios que os motociclos elétricos acrescentam. Deste modo, podemos concluir que, sim, o mercado nacional está cada vez mais familiarizado com este meio de mobilidade.

 

Saiba mais sobre o novo modelo no nosso artigo “Vem aí a nova Famel E-XF 100% elétrica”.





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