Equipa de cientistas descobre primeiras evidências de tubos de lava em Vénus

Uma equipa internacional de cientistas descobriu as primeiras evidências de tubos de lava no planeta Vénus, noticiou na segunda-feira a Europa Press.
“Um estudo de imagens de radar e dados topográficos (informações detalhadas sobre a forma e as características da superfície terrestre) de grandes vulcões na superfície de Vénus, obtidos por diferentes missões, revelou as primeiras evidências de tubos de lava neste planeta (Vénus) “, segundo a notícia da Europa Press.
Os túneis naturais formam-se quando a superfície de um fluxo de lava arrefece e solidifica, enquanto a lava quente continua a fluir por baixo, após a lava escorrer é deixado para trás um tubo oco.
Os tubos foram encontrados na Lua e na Terra, mas até agora, a existência em Vénus era “puramente teórica”, segundo a investigação.
O estudo liderado pela investigadora Barbara De Toffoli, do Departamento de Geociências da Universidade de Pádua, em Itália, identificou quatro fossas (buracos) que parecem ser desmoronamentos de túneis de lava nas encostas dos vulcões, alinhadas no mesmo sentido em que a lava desceu.
Os cientistas defendem que as fossas não foram formadas por atividade tectónica, ou seja, não estão relacionadas com o movimento e interação das placas tectónicas que formam a crosta terrestre (superfície), sendo que o movimento entre as placas pode causar terramotos.
Os túneis de lava em Vénus podem servir de refúgio para futuras missões de exploração humana, ou seja pesquisas científicas e tecnológicas.
A natureza subterrânea dos túneis ofereceria também proteção contra condições difíceis na superfície de Vénus, como por exemplo o clima extremo, segundo a Europa Press.
A superfície de Vénus é dominada por vastas planícies vulcânicas, enormes vulcões em escudo e vastos fluxos de lava.
Tal como a Terra, Vénus foi remodelado pela erupção de rocha derretida do seu interior, criando paisagens que apresentam semelhanças com regiões vulcânicas do planeta Terra.
De acordo com a investigação, entender as formações vulcânicas, incluindo os túneis subterrâneos que se formam, ajuda os cientistas a perceber como os processos geológicos moldaram os dois planetas e dá pistas sobre por que cada um evoluiu de maneira diferente.
O estudo foi apresentado no encontro de ciência planetária, o Europlanet Science Congress e da Divisão de Ciências Planetárias (sigla em inglês, EPSC-DPS) 2025, em Helsínquia, na Finlândia.