Estado australiano declara surto de algas tóxicas “desastre natural”

O Primeiro-ministro do estado da Austrália do Sul diz que o surto de algas tóxicas do género Karenia, que foi pela primeira vez detetado em março passado, é um “desastre natural em desenvolvimento”.
De acordo com as informações divulgadas pelo governo estadual, a explosão de algas afeta já várias partes da linha costeira do estado, incluindo praias e estuários, transformando a água habitualmente cristalina de alguns locais numa massa esverdeada e a matar vários animais, cujos corpos se acumulam nas zonas costeiras.
O surto tóxico afetou já cerca de 400 espécies marinhas, como peixes e invertebrados, e ameaça a biodiversidade costeira.
“Esta explosão está a afetar os ecossistemas marinhos, a reduzir os níveis de oxigénio na água e a pressionar os peixes e outra vida marinha”, escreveu esta segunda-feira, na sua página na rede social X, o líder do governo estadual, Peter Malinauskas.
This is a long but important update on the algal bloom that is impacting parts of our State’s coastline.
Since it was first detected, the State Government has been actively monitoring and testing waters across the state, we’ve established an algal bloom taskforce and reference… pic.twitter.com/HwDzXePRmH
— Peter Malinauskas (@PMalinauskasMP) July 21, 2025
O primeiro-ministro estadual disse ainda que o governo federal australiano disponibilizou um pacote de ajuda no valor de cerca de oito milhões de euros e que as indústrias locais, como a pesca, a aquacultura e o turismo, estão também a sofrer com os impactos do surto de algas, incluindo a perturbação das operações diárias, perda de rendimentos e “incerteza sobre o que nos espera”.
“Não há uma simples solução para este desastre natural. O surto de algas é uma situação dinâmica e os seus efeitos são imprevisíveis”, declara Malinauskas.
Diz o governo da Austrália do Sul que o fenómeno terá acontecido devido ao aumento da temperatura marinha e ao aumento de nutrientes no mar.
“As explosões ocorrem naturalmente e nenhuma ação humana pode diluí-las ou dissipá-las”, dizem as autoridades do estado.
Segundo informações veiculadas pelos meios de comunicação australianos, o governo federal recusa-se a reconhecer o surto com um desastre natural e o ministro do Ambiente, Murray Watt, está a ser criticado pela demora na resposta ao evento tóxico e por só agora ter visitado os locais afetados, meses após o surto ter sido detetado.