Estudo seguiu 12.000 animais marinhos para identificar zonas de proteção

Um mapeamento dos movimentos da megafauna marinha, que seguiu mais de 12.000 animais, está a ajudar a identificar os locais onde animais como baleias, tubarões ou tartarugas precisam de maior proteção.
Segundo uma investigação hoje divulgada, publicada na revista científica Science, foram sintetizados dados de 12.000 animais de mais de 100 espécies, seguidos por satélite.
O estudo permitiu perceber como a megafauna marinha se move globalmente e onde os seus comportamentos migratórios, de alimentação e de reprodução se cruzam com ameaças humanas, como a pesca, a navegação ou a poluição.
Dirigido por Ana Sequeira, da Universidade Nacional Australiana, e apoiado pela ONU, a que se juntou a Universidade de Virgínia, Estados Unidos, o estudo, denominado “MegaMove”, teve ainda a colaboração de cerca de 400 cientistas de mais de 50 países.
O trabalho pretendeu contribuir para o objetivo de proteger 30% dos oceanos até 2030 e concluiu que mesmo que os 30% das áreas protegidas estivessem perfeitamente posicionadas, tal não seria suficiente.
“Sessenta por cento dos habitats críticos dos animais monitorizados estariam ainda fora destas zonas”, afirmou Francesco Ferretti, um ecologista marinho da Universidade de Virgínia.
“Além das áreas protegidas, necessitamos de medidas de mitigação específicas, alterando as práticas de pesca, redirecionando as rotas marítimas e reduzindo a poluição”, disse, citado num comunicado que divulga o estudo.
O responsável disse que este é um dos maiores conjuntos de dados de localização marinha alguma vez reunidos.
“Não se trata apenas de desenhar linhas num mapa. Temos de compreender o comportamento animal e sobrepô-lo à atividade humana para encontrar as melhores soluções”, preconizou.